Os projetos que reajustam os salários dos servidores municipais e alteram a forma de classificação dos imóveis para a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) esquentaram os debates na tarde desta quarta-feira, 4, na Câmara de Salvador. A sessão conturbada ainda se prolonga noite adentro com os embates entre governo e oposição.
Os oposicionistas, com o reforço de várias entidades de classe presentes no plenário, são contra a inclusão no texto dos salários de uma autorização para a Prefeitura contratar servidores dentro através do Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). Não concordam também com a matéria do IPTU, alegando que as mudanças representam grande aumento nos valores do tributo.
A tarde foi marcada por manobras de ambas as partes. Enquanto a oposição preparava um requerimento pedindo urgência urgentíssima para votar o reajuste salarial, mas excluindo, por meio de emenda, os artigos referentes ao Reda, os situacionistas Paulo Câmara (PSDB) e Isnard Araújo (PR) se recusavam a presidir a reunião, até então sob o comando do petista Arnando Lessa.
Como o presidente em exercício da função não pode votar, de acordo com o Regimento da Casa, ambos decidiram ficar no plenário para garantir as posições favoráveis ao Tomé de Souza. Enquanto isso algumas propostas consideradas não polêmicas foram sendo encaminhadas para apreciação dos edis.
O lance decisivo foi a chegada de vários vereadores do PTN, ausentes até aquele momento, recompondo o quórum governista e possibilitando ao tucano Câmara reassumir a direção dos trabalhos. Só então a bancada de oposição deu-se conta de estar sendo “cozinhada em banho-maria”. A revolta só aumentou quando a mesa encaminhou em primeiro lugar as alterações do IPTU, em detrimento da outra matéria.
Professores (APLB), agentes da Transalvador (Astram), engenheiros e arquitetos (Asmea, Senge e Sinarq) lotaram as galerias para exigir a votação do reajuste e a rejeição do novo tipo de contratação.