A Câmara de Salvador prestará homenagem ao poeta soteropolitano Damário da Cruz, na próxima segunda-feira, 19, às 18 horas, no Sarau de Poesia do Centro de Cultura da CMS. Idealizador do evento, o vereador Odiosvaldo Vigas (PDT) vê a homenagem in memoriam ao jornalista como “um marco do sarau e parte do processo de afirmação da poesia baiana na vida cultural da cidade”.
Para o coordenador do Sarau, Edgar Velame, a poética de Damário agrega imagens e palavras, “projetando a poesia baiana ao mais alto patamar das manifestações artísticas”. Ele morreu em 2010, aos 53 anos, em na capital baiana, vítima de câncer, mas seu corpo foi enterrado em Cachoeira, onde deixou extensa obra.
O homenageado se definia como “um homem, portanto, uma surpresa”. Começou a escrever ainda na adolescência e mesmo diante do desejo do pai de que se tornasse engenheiro decidiu construir suas obras com palavras, imagens e sonhos.
Os seus primeiros poemas surgiram nas salas do Colégio Central. Desde então, não parou de produzir. Publicou o primeiro livro aos 20 anos. Acumulando prêmios importantes ao longo da carreira, lutando para suas obras não se limitarem aos círculos de literatos e acadêmicos e levando-as ao maior número possível de pessoas possível.
Estudou Comunicação na Universidade Federal da Bahia, onde ampliou os horizontes da poesia ao unir palavras com imagens fotográficas. Nascem os fotos-poemas.
Dentre os poemas visuais, “Todo Risco”, lançado em 1985, vendeu mais de 100 mil exemplares. “Todo Risco” traz uma imagem em preto e branco dos trilhos da cidade de Cachoeira, acompanhada por versos que falam da coragem frente aos desafios da vida. A publicação esgotou por seguidas edições.
Com o sucesso das vendas, o poeta conseguiu realizar um dos seus maiores sonhos: criar, no Recôncavo Baiano, coração cultural e histórico da Bahia, um pólo aglutinador de iniciativas culturais.