Política

IMPASSE continua e manifestantes não desocupam Câmara de Salvador

Cerca de 20 ativistas continuam acampados no plenário da Casa
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 23/07/2013 às 20:32
Os vereadores tentam negociar com os ocupantes da CMS
Foto: Valdemiro Lopes

As negociações emperraram e o plenário da Câmara de Salvador continua ocupado por 20 manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) que na tarde de segunda-feira, 22, montaram acampamento no local.

O presidente da Casa, Paulo Câmara (PSDB), e outros vereadores tentaram convencer os ativistas a sair, com a proposta de voltarem todos os dias e ficarem durante o horário de expediente da instituição. Alguns aceitaram a proposta, mas outros insistem em somente deixar as dependências após serem recebidos pelo prefeito ACM Neto.

A bancada oposicionista ainda tentou emplacar a ideia de realizar as sessões ordinárias com a presença dos ocupantes, mas a maioria dos integrantes da Mesa Diretora decidiu condicionar o funcionamento da CMS à desocupação do plenário.

Segundo Câmara, o Legislativo tem sido sensível às reivindicações do MPL, tentando intermediar as solicitações, tendo realizado até uma audiência pública para discutir o assunto. “Porque justo a nossa Casa vai ser ocupada? Isso é querer dialogar?”, questiona.

Polêmica

Edis governistas, no entanto, apontam interesses político-partidários na iniciativa dos militantes. Claudio Tinoco (DEM) não poupou críticas: “Aquelas pessoas que se colocam como líderes são filiadas a partidos políticos. Alguns foram candidatos nas últimas eleições por partidos diferentes como PSB, PCdoB e PSOL”.

Para ele, “o protesto é totalmente desconexo do MPL, o popular, que tinha definido em uma assembleia a realização de um manifesto na região do Centro Administrativo da Bahia nesta manhã”. Seu colega democrata Leo Prates também identifica esse tipo de estratégia: “Tanto que a pauta de reivindicações, composta de 21 itens caiu para seis, todas focadas no prefeito”.

Gilmar Santiago (PT), líder da oposição, rechaçou a acusação, classificando-a de simplista: “O nosso compromisso é buscar o diálogo para que ACM Neto sente e discuta os seis pontos reivindicados”.

Segundo ele, não há nenhuma orientação partidária no movimento: “A oposição reafirma seu apoio pela redução da tarifa e implantação do Conselho Municipal de Transporte, além de existir uma comissão suprapartidária para negociar uma reunião com o prefeito e governador para resolver o problema”.