Situação e oposição dão seus pontos-de-vista sobre empréstimo de US$2.1 bilhões
Tasso Franco , da redação em Salvador |
25/06/2013 às 17:12
Líder do governo, fotografado por repórter do Metrópole, defende a renegociação da dívida
Foto: BJÁ
Sobre a mensagem enviada pelo governador Wagner em regime de urgência para que o Legislativo autorize a contratação de um empréstimo no montante de RS$2 bilhões junto ao Bank of America Merril Lynch, o líder da Maioria na Assembleia Legislativa, deputado Zé Neto (PT), disse ao BJÁ que o governo do estado pretende com esses recursos reequilibrar a dívida com a União, hoje, muito alta e com juros elevados decorrentes da evolução do sistema econômico.
O deputado não vê nenhum bicho de sete cabeças na contratação do empréstimo, muito menos na observação do regime de urgência, previsto na Constituição do Estado (art 79), e já conversou com o líder da Minoria, deputado Elmar Nascimento (PR). Segundo ele, "a conversa foi boa para chegarmos a um acordo de votação da matéria".
Ainda segundo Zé Neto, esses recursos do Bank of America, serão tomados com juros mais baixos do que os praticados pela dívida pública, daí que serão usados, de imediato, para amortizar essa dívida e abrir negociações para um novo perfil de pagamento, aliviando, assim, o caixa estadual e abrindo espaços para novos investimentos com recursos próprios do estado.
Para o líder do PMDB, deputado Luciano Simões, "um empréstimo dessa natureza e em regime de urgência só configura o que temos dito aqui com frequência, um rombo nas finanças públicas, e que precisa de recursos externos para ser tapado".
De acordo com Luciano Simões quando o secretário da Fazenda, Luis Alberto Petitinga, esteve na ALBA para prestar contas do quadrimestre, "ele deixou claro o rombo financeiro que havia na SEFAZ". O parlamentar comentou, ainda, que se "Bahia tivesse um TCE mais atuante e um Ministério Público menos dócil com o governo do estado, isso não estaria acontecendo", frisou.
O parlamentar do PTN, Carlos Geilson, também comentou a matéria com o BJÁ e disse que, "é por essas e outras que a população está nas ruas protestando".
Na opinião de Geilson o projeto deverá passar até com certa facilidade porque o governo tem maioria folgada na Casa Legislativa. Ainda assim, segundo Geilson, "é preciso que o governo venha a público dizer o que vai fazer com esses recursos, se explicar, e se, de fato, for um empréstimo bom para a Bahia é de se analisar a possibilidade de um acordo.