Política

PALÁCIO PLANALTO acompanha manifestações e Dilma fica impressionada

Partidos politicos foram enxovalhados pelos movimentos de ontem
Terra , BSB | 18/06/2013 às 10:05
Partidos politicos foram enxovalhados pela população
Foto: Terra
A presidente Dilma Rousseff ficou “impressionada” com a onda de protestos que tomou conta de 12 capitais brasileiras na noite da última segunda-feira, afirmou ao Terra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ontem, pouco antes de manifestantes subirem no teto do Congresso Nacional, Dilma havia demonstrado naturalidade com o movimento dizendo que “manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia”.

Carvalho é um dos principais interlocutores políticos do governo e é responsável pela articulação com movimentos sociais. Ele disse que pessoalmente acompanhou pela televisão os protestos e revelou que a presidente não apenas acompanhou as imagens, mas também ficou monitorando os atos por meio de auxiliares.

Além da ocupação do Congresso, chamou a atenção do governo o volume de pessoas nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Na capital fluminense, havia estimativa de 100 mil pessoas nas ruas.

Um dos desafios que o Planalto afirma estar encontrando frente à nova onda de manifestações é a nova modalidade de organização, sem direção ou estrutura hierárquica. O governo alega dificuldade em encontrar interlocutor para dialogar com esses movimentos.

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, o protesto foi marcado pela repressão e pelo abuso da ação policial. A passeata, que começou pacífica - com jovens cantando, carregando cartazes e distribuindo flores para a população -, terminou com cenas de guerra em diversas ruas do centro.

As primeiras bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam até por quase até meia-noite. Enquanto os policiais atacavam com bombas e tiros de bala de borracha, os manifestantes respondiam com pedras e rojões.

A polícia teria iniciado o confronto porque um acordo com os manifestantes teria sido rompido. Segundo o major Lidio Costa Junior, do Policiamento de Trânsito da PM, o combinado era que a manifestação, que começou na praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal, se encerrasse na praça Roosevelt, ao lado da igreja da Consolação. "Se não é para cumprir acordo, não adianta reclamar das consequências", disse o major.

Ônibus estacionados, pedestres que passavam nas regiões onde houve confrontos e veículos de paulistanos viraram reféns da situação. Durante a troca de pedradas e bombas, muitos motoristas fecharam os veículos e se abrigaram no comércio da região. Em ônibus e estações de metrô, mulheres e crianças, além de adultos, sofreram com os efeitos do gás lacrimogêneo.​