Política

DILMA diz que governo ouve "vozes da mudança" e ela se reúne com Lula

Governo federal ficou muito preocupado com protestos e manifestações recomeçaram em SP
G1 , da redação em Salvador | 18/06/2013 às 17:03
Presidente Dilma deu pequeno engasgo no seu discurso
Foto: Roberto Stuckert / PR)
   A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (18), durante discurso no Palácio do Planalto, que o governo "está ouvindo essas vozes pela mudança", em referência às manifestações desta segunda (17) que reuniram cerca de 250 mil pessoas em várias cidades do país.

   "Eu quero dizer que o meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança. Meu governo está empenhado e comprometido com a transformação social", afirmou, durante solenidade de lançamento do projeto do marco regulatório da mineração.

   As "vozes", segundo Dilma, "ultrapassam os mecanismos tradicionais das instituições, dos partidos políticos e da própria mídia". Nesta terça, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou que está "dificil de entender" as manifestações.

   A presidente relacionou temas presentes no discurso dos manifestantes e disse que os protestos emitiram uma "mensagem direta" à sociedade e aos governantes. Nessa mensagem, segundo Dilma, está "o repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público".

  MENSAGEM DIRETA

   "Os que foram ontem às ruas deram uma mensagem direta ao conjunto da sociedade, sobretudo aos governantes de todas as instâncias. Essa mensagem direta das ruas é por mais cidadania, por melhores escolas, melhores hospitais, postos de saúde, pelo direito à participação. Essa mensagem direta das ruas mostra a exigência de transporte público de qualidade e a preço justo. Essa mensagem direta das ruas é pelo direito de influir nas decisões de todos os governos, do Legislativo e do Judiciário. Essa mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público", afirmou.

   A “mensagem direta das ruas”, disse, comprova o valor da participação dos cidadãos em busca de direitos. “E eu vou dizer aos senhores: a minha geração sabe quanto isso nos custou”, afirmou.

   Dilma afirmou que o Brasil "tem orgulho" dos manifestantes, ressaltou o "caráter pacífco" dos atos de protesto e elogiou a atuação das forças de segurança, embora tenha condenado os "atos isolados" de violência.

   "O Brasil tem orgulho deles [os manifestantes]. Devemos louvar o caráter pacifico do atos públicos. O caráter pacífico dos atos públicos de ontem evidenciou também o correto tratamento dado pela segurança publica à livre manifestação popular", afirmou.

"Infelizmente, porém, é verdade, aconteceram atos isolados contra o patrimônio público e privado, o que devemos coibir com vigor. Toda violência é destrutiva, lamentável e só gera mais violência. Não podemos aceitar jamais conviver com ela. Isso no entanto não ofusca o espírito pacífico das pessoas que ontem foram às ruas democraticamente pedir pelos seus direitos", declarou.

Para Dilma, o Brasil acordou "mais forte" nesta terça. "A grandeza das manifestações de ontem comprovam a energia da nossa democracia, a força da voz da rua, o civismo da nossa população", disse.

Segundo ela, o governo compreende que as “exigências da população mudam”. “Porque incluímos, porque elevamos a renda, porque ampliamos o acesso ao emprego, porque demos acesso a mais pessoas à educação, surgiram cidadãos que querem mais e que têm direito a mais”, declarou.

DILMA COM LULA

A presidente Dilma Rousseff viajou a São Paulo no início da tarde desta terça-feira (18) para se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o marqueteiro do PT, o baiano João Santana. O objetivo da reunião é conversar sobre os protestos que estão acontecendo nos últimos dias por todo o Brasil e traçar uma estratégia publicitária para gerenciar a crise.
 
O encontro que também conta com a participação do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, foi realizado em um hotel da zona sul da capital paulista. A previsão é de que Dilma embarque às 17h30 de volta para Brasília.