Greve na Prefeitura de Salvador dominou debates na ALBA nesta terça-feira, 11
Tasso Franco , da redação em Salvador |
11/06/2013 às 16:41
Segundo Rosemberg Pinto o cipó de aroeira se voltou contra deputados ligados a ACM Neto
Foto: BJÁ
As discussões no plenário da Assembleia Legislativa nesta tarde de terça-feira, 11, dia de votação de dois projetos na pauta sobre a Copa das Confederações, enveredaram para questões de natureza política, deputados da oposição criticando os sindicatos que impõem uma greve de servidores na Prefeitura de Salvador; e os deputados do PT defendendo os sindicatos e destacando que, cada gestor que adote medidas necessárias para atender os seus servidores.
Para o vice-líder da oposição, Bruno Reis, a greve deflagrada por parte dos servidores públicos municipais trata-se de um “movimento político”. No caso dos professores, lembrou que o governo do estado ofereceu reajuste de 5,84%, sendo 2% retroativo a janeiro e o restante a partir de julho. A Prefeitura, por sua vez, ofereceu 7,97%, sendo 2% retroativo a maio, data-base da categoria, e o restante a partir de novembro.
“É preciso que a APLB tenha coerência. O sindicato sequer protestou contra a proposta do governo do estado, que, historicamente, tem oferecido reajustes menores do que a Prefeitura. Mas, com o intuito político de provocar desgaste na administração de ACM Neto, a APLB decide não acatar uma proposta da Prefeitura que, no caso dos professores, é melhor que a do governo”, afirmou Bruno Reis.
A deputada Luiza Maia (PT) defendeu os sindicatos e destacou que, óbvio, toda greve tem contornos políticos pois isso faz parte da sociedade democrática. E completou comentando que cabe ao prefeito da capital negociar com os trabalhadores e resolver suas reivindicações; assim como coube ao governador Wagner sentar na mesa com sindicalistas e fechar um acordo. "Agora, querer condenar atitudes e decisões sindicais não tem sentido", frisou.
REVANCHISMO
No entendimento do presidente regional do DEM, deputado Paulo Azi, o "que está havendo é um revanchismo politico contra a Prefeitura de Salvador", os sindicatos adotando dois pesos e duas medidas, se comportando docilmente com o governo do estado e arbitrariamente com a Prefeitura. "ACM Neto recebeu um enorme passivo e faz um grande esforço para colocar a situação em dia", confessou.
Azi destaca que o momento do enfrentamento político já passou e que, agora, é preciso baixar as armas e ter bom senso, negociar, e não fazer greves que seriam orquestradas pelo PT e PCdoB, partidos que controlam os sindicatos, movimento aderido por uma minoria de funcionários.
Já o deputado Rosemberg Pinto (PT) condenou as declarações de deputados da oposição que destacaram os "dois pesos e duas medidas" dos sindicatos afirmando que nenhum deputado petista tem ido a assembleia de servidores municipais; nem incentivado greves, "muito pelo contrário do que alguns deputados de oposição fizeram aqui nesta Casa incentivando movimentos grevistas contra o governo Wagner".
Segundo Rosemberg, o que está acontecendo nesse momento "é a volta do cipó de aroeira" numa critica velada à oposição cujos parlamentares criticaram a posição do governo Wagner diantes das greves da PM e professores, em 2012. Ou seja, os governistas vinculados a ACM Neto estariam pagando seu preço.