Política

PMDB sepulta possível aliança com PT e líder chama Wagner de mentiroso

PMDB faz exigências para ter nova aproximação com governo Wagner
Tasso Franco , da redação em Salvador | 04/06/2013 às 16:42
Deputado Luciano Simões, líder PMDB/DEM na Assembleia Legislativa e o rol de exigências
Foto: BJÁ
   O líder do PMDB/DEM na Assembleia Legislativa, deputado Luciano Simões, sepultou de vez uma provável e comentada possível aliança que estaria em curso entre o PT e o PMDB baiano, ao afirmar na tribuna da Casa nesta terça-feira, 4, que esse "diálogo só será possível se o governador Wagner parar de mentir na televisão". Numa fala dura, no grande expediente, durante 20 minutos, sem direito à aparte aos governistas, enumerou uma série de "exigências" para uma reaproximação com o governo.

   Segundo Luciano, entre essas "exigências" o governo precisaria corrigir o que considera "inúmeras distorções", entre elas, "que o secretário Jorge Solla (Saúde) deixe de ser o exterminador do presente e acabe com as filas e a desumanidade nas portas e corredores dos hospitais, que a Bahia deixe de ser a campeã nacional da violência, que Simões Filho deixe de ser o município mais violento do país, que Wagner acabe com o Reda, e que melhore o atendimento à saúde as populações de Senhor do Bonfim e Vitória da Conquista". 

   O deputado classificou várias vezes o governador de "mentiroso" e "usurpador de obras alheias" citando o caso do lançamento da pedra fundamental para exploração do vanádio e da exploração de minério que existe há 30 anos, na região de Serrinha. 

   Para o peemedebista, o diálogo com o PT e o governo Wagner só será possível se "ele não permitir que a Secretaria de Saúde empenhe R$100 milhões em obras sem licitações e que deixe de dar dinheiro a fundo perdido a ONGs, como a do Alto do Cabrito, em Salvador, que recebeu R$6 milhões e é uma casinha com uma porta escorada com uma tranca, e uma outra de Irecê que abocanhou R$22 milhões para falar sobre o pré-sal".

   VONTADE DE TRABALHAR

   Para o deputado Leur Lomanto Jr (PMDB) a possibilidade de diálogo com o governo só existiria se o "governador tivesse vontade de trabalhar e priorizasse a segurança como uma das questões essenciais a serem enfrentadas por seu governo". No entendimento de Leur, enquanto em todos os outros estados o combate a violência é firme e os resultados são bons, na Bahia só pioram.

   No aparte do líder da oposição, deputado Elmar Nascimento (PR), diálogo com Wagner não existe. "A Bahia é o último lugar em diálogo. Em Minas, Aécio promoveu o diálogo com Pimentel e elegeu-se um prefeito da capital do PSB. Na Bahia, isso não aconteceria nunca. O PT local é a direita mais reacionária do país", frisou.

   CONTRA PONTO

   O deputado Rosemberg Pinto, líder do PT na casa, classificou o discurso de Luciano como "fantasioso", de alguém que não enxerga a realidade e insiste em não ver os avanços alcançados pela Bahia". Ainda de acordo com Rosemberg, se existe uma pessoa de diálogo aberto e franco é o governador Wagner, aberto a conversar com todos os partidos, concluiu.