Base fica tonta e sem saber como defender o governador. Teve deputado da base que fez ouvido de mercador e outros sumiram do plenário.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
30/04/2013 às 18:26
Luciano Simões: "Quem ganha R$1 mil passa a R$1.025,00 e uma caxirola custa R$30,00"
Foto: BJÁ
O governador Jaques Wagner "apanhou mais do que mala velha" como se diz no popular durante o tempo em que durou a sessão na Assembleia Legislativa diante de sua proposta de aumento linear para os servidores, em 2.5%. E o que se viu na Casa Legislativa foi a fragilidade da base governista no momento de defesa do governo, praticamente só dois deputados petistas, o líder do PT, Rosemberg Pinto; e o líder da Maioria, Zé Neto, cumprindo essa missão.
A oposição "deitou e rolou" com a participação de dezenas de servidores que lotaram as galerias da Casa, irritaram o presidente Marcelo Nilo chamando alguns deputados da base de "viados" e promovendo vaias e dizendo palavras de ordem, incluindo o tradicional refrão "você pagou com tradição a quem sempre lhe deu a mão".
Para o líder da oposição, deputado Elmar Nascimento, PR, o reajuste proposto pelo governador não acompanha sequer o índice da inflação e foi classificado como "vergonhoso". Segundo Elmar, o PT gosta de arguir que em tempos pretéritos não havia diálogo e os reajustes também foram baixos. "Acontece que o PT não foi eleito para fazer do mesmo jeito. Sua proposta era de mudanças e povo confiou nisso. Mas, o que se vê é uma mudança para pior".
Na defesa do governo, o líder do PT, Rosemberg Pinto fez uma longa viagem até chegar ao assunto do reajuste, falou do abate de carne na região de Itapetinga e das comemorações dos 50 anos do Sindiquimica e disparou: "Quem tem telhado de vidro não pode jogar pedras no teto dos outros". Confidenciou que a sessão iria cair porque Zé Neto havia combinado um encontro de Wagner com os sindicalistas.
"Agora, na minha vida de sindicalista, quando vinha aqui defender os trabalhadores éramos impedidos de entrar e recebidos pela Policia", comentou.
CAXIROLA
Na opinião do deputado Luciano Simões (PMDB), o governador Wagner "está na contra-mão da história e do que diz seus auxiliares. Esteve aqui na Assembleia o secretário da Fazenda, recentemente, e disse que o estado estava com grande superaviti, e agora vem com um reajuste de 2.5%, o menor do país".
Ainda segundo Luciano, um servidor do estado que ganha R$1.000,00 se o reajuste for aprovado vai passar a ganhar R$1.025,00 o que não "dá pra comprar nem uma caxirola para a Copa das Confederações que custa R$30,00 a unidade". De acordo com contas feitas por Luciano, um servidor que ganha o salário mínimo terá reajuste R$12,00 que "só dá pra comprar o pão familiar por um ou dois dias".