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Transporte público deficiente foi o tema mais lembrado, ao lado da violência
Foto: BJÁ
A abertura dos programas eleitorais no rádio e na tv, nesta quarta-feira, 22, entre os prefeituráveis de Salvador seguiu a lógica do que já vinha sido postos nos debates e nas campanhas que se iniciaram em 7 de julho. ACM Neto, o líder das pesquisas, optou pelo tom da humildade, lembranças do avô ACM e se amparou no povo mostrando que é possível governar a cidade com autonomia e elevando a autoestima da população.
Nelson Pelegrino, o candidato do PT, lembrou sua história de vida e da familia, e amparou-se de corpo e alma no projeto Lula, Dilma, Wagner com depoimentos de Wagner e Lula em apoio ao seu nome, e também dos senadores Walter Pinheiro e Lídice da Mata. Com o maior tempo na tv seus marketeiros não se perderam no roteiro e fizeram um bom programa, ainda que seu jingle não ajude. Certamente será fatiado para enfatizar melhor o "juntos, todos juntos por Salvador".
O candidato do PMDB, Mário Kértesz, saiu-se razoável. Esperava-se mais do programa. A repetição de cenas da convenção e do vice ficaram fora de sentido. MK também usou cenas de rua (o que é proibido) mas foi o melhor do programa dentro de um ônibus com diálogo com o motorista e a vida da cidade. Enfatizou no final a importância de Salvador eleger um candidato que tenha experiência.
Márcio Marinho do PRB, com apenas dois minutos na telinha fez o que pode. Destacou a necessidade de Salvador encontrar seu caminho e ele seria a solução. Usou expressões de chavões comuns, tipo retirar crianças das ruas para colocar nas escolas. Deve melhorar o cenário, muito escuro, sem vida.
Da Luz, do PRTB, deu o recado que já era esperado advertindo que Salvador precisa de uma administrador-politico, mais administrador do que politico. E ele é a pessoa que encarna essa condição. Também lembrou ao dar as costas que já há advertido para os problemas de Salvador (os tais maus politicos) e a cidade só fez piorar nesses últimos 8 anos.
Hamilton Assis fez o mais poético dos programas, Salvador meu céu, meu chão, meu mar e a necessidade (que ele vai fazer) de extirpar a máfia da administração pública.
AVALIAÇÃO
Diria que cada qual deu ser recado até bem dado. Dentre os programas, o que me parece passou mais emoção foi o de ACM Neto, bem encaixado com sua mensagem e as imagens da população, além de boa trilha sonora. No contraponto para interpor a imagem de pouca experiência administrativa amparou na fala de Paulo Souto e em imagens no Congresso.
O marketing de Pelegrino também fez um bom programa e se for por essa linha ajudaria e muito em sua campanha. A parte mais emotiva do programa ficou com o senador Pinheiro, bem colocada. A participação de Wagner foi "the flash" e poderia ser melhor, ainda que a parte da exposição das obras na capital ficou boa. A mensagem de Lula vale pela força do ex-presidente. Lula está sem a mesma vibração tonal. A parte da familia foi legal, mas, não emocionou.
MK, de sua parte, optou por uma relação mais direta com a cidade e o eleitor. A emoção (se é que teve) ficou o jingle cantado por Ninha, bem abaixo do antigo coração mandar da campanha da década de 1980.
Entre os temas: deficiências no transporte público e violência foram os mais comentados (TF)