O evento contou com a participação de lideranças populares, do empresário Oded Grajew, fundador do movimento nacional Cidades Sustentáveis, e do pesquisador Elvis Bonassa, do Instituto Kairós, que apresentou as metodologias utilizadas para mensurar 70 diferentes indicadores sobre a situação da cidade e o desempenho das políticas públicas em diversas áreas: Saúde, Educação, Violência, Trabalho e Renda, Juventude, Trânsito, Condições de Moradia e Pessoas com Deficiência.
Jabes criticou o alto índice de mortalidade infantil, cuja redução foi uma das grandes conquistas da política de saúde de sua administração, e a grave situação da educação. E também condenou o abandono do Programa Escola Campeã, que era desenvolvido em parceria com o Instituto Airton Sena, através do qual foram reduzidos os índices de desempenho na repetência e evasão escolar, e lamentou o atual estado de penúria das escolas municipais. "O que vemos no atual governo é uma falência completa de autoridade, de competência e de articulação", declarou.
O Sistema de Indicadores coloca Ilhéus na 28ª posição entre os municípios analisados, com um índice de 24,24% de óbitos em cada mil crianças até cinco anos de idade, número considerado preocupante. A situação se repete em quase todas as áreas analisadas, com destaque para a educação, desenvolvimento social e serviços públicos direcionados à juventude.
Para a idealizadora do projeto, Maria Socorro Mendonça o sistema permitirá ao novo prefeito estabelecer um Plano de Metas que atenda a realidade do município. "Quem se propõe a gerir uma cidade tem que conhecer a realidade desse município e a melhor forma de fazer isso é através dos indicadores, só assim o governo municipal poderá planejar e cumprir o que prometer".
Reforma tributária - Além da descontinuidade administrativa, Jabes Ribeiro avaliou questões estruturais e da economia do cacau. Lembrou que em seu primeiro mandato, quando a lavoura do cacau apresentava resultados satisfatórios, a concentração de renda era altíssima, gerando bolsões de pobreza e marginalidade, o que levou a adoção de programas sociais, como o Viva o Morro, que proporcionou intervenções urbanas para a melhoria da qualidade de vida da população.
Depois disso, a crise do cacau provocada pela vassoura de bruxa fez com que a cidade atraísse milhares de desempregados da lavoura. Do ponto de vista estrutural, Jabes criticou o sistema tributário brasileiro, concentrador e desigual, citando o exemplo da redistribuição do ICMS. Mas concluiu que "é preciso olhar para frente, para o futuro, buscando soluções para os problemas do município, atuando em consonância com os governos estadual e federal, além dos órgãos financiadores de políticas públicas".
Jabes lembrou que foi o primeiro, entre os pré-candidatos a prefeito de Ilhéus, a se comprometer com o Programa Cidades Sustentáveis. "É preciso vontade política e compromisso com a cidade, no sentido de reverter a situação que aí está. Vamos trabalhar com redes de cooperação, com intensa articulação com os programas federais e estaduais, com permanente diálogo com a sociedade civil, determinação e competência técnica na gestão pública. Com certeza, com o apoio do povo vamos conseguir, em pouco tempo, resolver essa situação", concluiu.