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Os seis candidatos a prefeito e a mediação de Silvana na Band Bahia
Foto: Arisson Marinho/Correio
O primeiro debate entre os candidatos a prefeito de Salvador realizado pela TV Band Bahia e Band News FM, na noite da quinta e madrugada de sexta, conduzido por Silvana Oliveira, mostrou as estratégias e armas iniciais dos seis candidatos cada qual com seu estilo. Não houve vencidos nem vencedores, com destaque mais espontâneo do candidato Da Luz, o qual usa uma linguagem mais popular, "a luz no final do túnel", "o uso da caneta", "só milagre salva Salvador" o que agrada mais ao telespectador.
Divido em 5 blocos com 2 deles de perguntas entre candidatos, salvo melhor juizo houve uma "dobradinha" entre ACM Neto (DEM) e Márcio Marinho (PRB) com perguntas do tipo "vai a bola aí pra você fazer o gol" , dois direitos de respostas negados a Mário Kértész e a Nelson Pelegrino por citações de Da Luz, inpertinante, sobre a Fundação Dr Jesus e drogados a MK; e sobre o crime de Neylton Souto na gestão da Saúde, também descabido, com insinuações a Pelegrino, que, no nosso entendimento, deveriam ser acolhidos pela emisorra. Poderiam ter esquentado o debate.
No geral, foi um debate morno, sem citações mais contundentes, sem emoção, mas, que sempre vale e aquece os candidatos, motiva para novos encontros e define melhor o que cada qual pensa. Ainda assim, não houve surpresas ao que já se sabia ou vinha sendo postos nas campanhas:
ACM Neto destacando que a cidade pode ser governada com suas próprias pernas; Pelegrino apoiando-se nos governo federal e estadual; MK destacando a experiência e competência para governar; Márcio Marinho amparando-se nos programas assistenciais; Hamilton Assis referendando a "Capital da Resistência" e o fim das máfias; e Da Luz como franco atirador, sem uma propsoição mais clara.
ACM NETO (DEM)
Apresentou-se bastante seguro e bem focado. Não polemizou com ninguém e centralizou toda sua atuação no debate na cidade, nas suas propostas e na disposição da fazer uma gestão que seja a melhor do país. Deixou claro sua oposição ao governo Wagner, o qual deu forte estocada no final, e procurou passar para o telespectador a idéia de que Salvador pode ser governada com suas próprias pernas, com autonomia, com determinação, ainda que tenha apoio dos governos federal e estadual.
Chegou a dizer que não acreditaria numa perseguição ou boicote por parte da presidente Dilma se eleito for. Foi o único dos candidatos a citar sua vice Célia Sacramento e sempre que possivel focou suas observações sobre a cidade em medidas no combate à violência, na educação e no desenvolvimento econômico. Apresentou uma tal de "centralidade" de pólos comerciais e tecnológicos precisando de dar um nome mais popular ao projeto. Usou uma roupa muito escura para sua idade.
NELSON PELEGRINO (PT)
O que já era esperado, o candidato do PT, Nelson Pelegrino, se amparou (até em demasia) nos governos de Lula, Dilma e Wagner mas continua com um antigo defeito de campanhas anteriores, de não conseguir articular com clareza algumas das suas ideias. Evidente que é importante para Pelegrino essa associação com os governos federal e estadual, mas, quando passa da medida dá a impressão de que o candidato não tem voo próprio. Pelegrino, no entanto, tentou consertar essa deficiência dizendo ser competente e estar preparado para governar Salvador.
Agradou a comunidade afro fazendo uma referência aos heróis da Revolta dos Búzios e falou da necessidade de Salvador adotar um projeto estratégico e pagar ou amenizar a sua imensa dívida social. A greve dos professores atrapalhou seu equilibrio quando provocado pelo candidato do PSOL e saiu-se bem na defesa do governo Wagner, ainda que não deva ter agradado aos professores. Mas, fez o correto nesse campo. No mais, Pelegrino revelou alguns dos projetos que pretende tocar, como o reordenamento dos contratos da Prefeitura e o amplo programa de transportes. Seu terno estava muito fechado. Poderia ter soltado um botão.
MÁRIO KÉRTÉSZ (PMDB)
Por sua experiência no rádio, MK usou a linguagem mais informal entre os candidatos, com tons bem colocados, mas, passou uma certa pressunção nos primeiros blocos (depois corrigida) de tom professoral, aquele que sabe tudo, ou que pelo menos estaria acima dos demais porque já conhece a administração. MK fixou bem o discurso da "competência e da experiência", o que deverá seguir por toda sua campanha dada o enfoque que deu em vários blocos do debate.
MK melhorou bastante quando expôs alguns dos seus projetos para a cidade, com o sistema circular de Cajazeiras e a importância daquela população trabalhar mais próximo de casa, e fez um contraponto com ACM Neto (papel que Pelegrino deixou passar) dizendo que nenhuma cidade do porte de Salador vive sem apoio dos governos estadual e federal. MK surpreendeu na resposta aos programas sociais a Marinho, na sua melhor participação no denate. Passou bem a idéia do social para todos e não apenas o assistencialismo. Usou terno adequado.
MÁRCIO MARINHO (PRB)
De certa forma para quem ainda não o conhecia surpreendeu pela firmeza de propostas goste-se ou não delas. Focou bastante a questão social ainda que voltata mais para o assistencialismo com união de igrejas e comunidades. Falou para seu pessoal e para as comunidades mais pobres. Se o debate fosse realizado mais cedo teria melhor resultado. Usou um terno muito escuro ainda que tenha passado uma boa imagem.
ROGÉRIO DA LUZ (PRTB)
Evoluiu bastante das outras campanhas para a atual. Deu um salto de qualidade para quem se apresentava de costas para os telespectadores. Fala a linguagem popular e derrapa na sequência lógica de proposições. Entende que, para salvar Salvador só um milagre como aconteceu com ele, o qual quase fica paraplégico e foi salvo em atendimento num hospital público. Em certo sentido, Da Luz já faz parte do folclore politico baiano. Usou um terno um pouco maior do que o corpo, mas, saiu-se bem com a cor. A gravata poderia ser de outro tom.
HAMILTON ASSIS (PSOL)
Quase esquece do refrão "A Capital da Resistência" mas a colocou a tempo. Trabalha na linha (que foi tb de Hilton 50) de combater a iniciativa privada que, segundo candidato (as máficas) sugam os cofres públicos e não dão uma contrapartida ao povo. Peca quando fala demais na periferia como se Salvador fosse só isso e apresenta projetos sempre voltados para melhorar a qualidade de vida do povo. Tem um estilo mais agressivo (no bom sentido) do que Hilton. Usou terno adequado. Único sem gravata.