Uma audiência pública, realizada na tarde desta quinta-feira, 19, no Centro de Cultura da Câmara de Salvador, discutiu as questões relacionadas à acessibilidade e aos mega eventos esportivos previstos para a capital baiana.
Proposto pela vereadora Vânia Galvão (PT), o encontro teve como tema “A hora é agora: turismo acessível como legado da Copa do Mundo de 2014”. Seu objetivo foi debater sugestões e propostas com indivíduos portadores de dificuldades de locomoção, limitações e deficiências e a população em geral e órgãos públicos.
O grupo de teatro Noz Cego, composto por uma dupla de deficientes visuais realizou uma atividade cênica, traduzida em linguagem de sinais para os deficientes auditivos presentes. Uma de suas integrantes, Cristina Gonçalves, reclamou das condições da cidade: “Eu não conheço o Centro Histórico; tenho receio que minha bengala fique presa em alguma fenda e termine machucada no chão”.
Atenção especial
Segundo Vânia, o assunto foi discutido amplamente junto à população, mas vem ganhando atenção maior diante da proximidade da Copa 2014: “É imprescindível que se dê uma atenção especial a estas pessoas, averiguar quais são os planos e propostas existentes e colher informações para saber de que forma podemos contribuir com o Plano Nacional de Turismo já existente para que ele possa realmente atender às reais necessidades destas pessoas”.
A arquiteta e urbanista Marília Cavalcante citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 apontando a existência de 45,6 milhões de pessoas com deficiência. Para ela, as “barreiras urbanísticas” são um entrave e desrespeito aos direitos humanos: “A acessibilidade arquitetônica e urbanística vai facilitar muita coisa, mas não resolve tudo”. Em sua opinião essas novas ferramentas devem estar disponíveis em todos os lugares para atender também a idosos, gestantes e outras pessoas com dificuldades de locomoção.
Para Marcos Andrade, coordenador da Secretaria Estadual para Assuntos da Copa (Secopa) “a nova Fonte Nova vai ser um grande exemplo de acessibilidade”, garantindo tráfego fácil às 450 mil pessoas previstas para transitar pelo local . Mas ele reconhece que a Copa não vai resolver todos os problemas de Salvador..
Além da vereadora Vânia Galvão, estiveram presentes compondo a mesa Domingos Leonelli, secretário de Turismo, Alexandre Baroni, superintendente da Sudef; Nidalva Brito, promotora do Minstério Público Estadual; Mariza Mello, militante em defesa das pessoas com deficiência; Cássia Magalhães; Marcos Palmeira da Salvador Turismo (Saltur); e representantes de entidades como Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef)