A reunião realizada na tarde desta quinta-feira, 12, entre o governo do estado e os professores em greve, representados pela APLB, com mediação do Ministério Público do Estado, não conseguiu colocar fim à greve da categoria que já dura 93 dias.
Durante a reunião, o MP entregou ao governo e aos professores um termo de acordo para tentar colocar um ponto final na greve. O termo traz como principais pontos a admissão dos professores demitidos no período de paralisação e uma nova data para o pagamento do aumento acordado com o governo.
De acordo com o coordenador-geral do sindicato dos professores (APLB), Rui Oliveira, os termos oferecidos para a negociação são insuficientes.
Segundo ele, durante a reunião, o governo propôs que a categoria abra mão dos 7% em ganho real, o que, segundo os professores, é algo impossível. "Não tem como, não podemos abrir mão de direitos já conquistados", afirma.
Ainda segundo Rui Oliveira, o governo também não se posicionou sobre a readmissão dos professores demitidos durante a greve. "O governador diz que pode rever a situação dos demitidos, mas não dá certeza de nada. Com essas condições, se depender do comando de greve, a paralisação continua", explica Rui.
Porém, a continuidade da greve só será decidida na próxima sexta-feira, 13, durante uma reunião realizada com a categoria no estacionamento da Assembleia Legislativa, a partir das 10h.
Representantes do sindicato afirmam que, por enquanto, nenhuma outra reunião para discutir os rumos da greve foi agendada.
REUNIÃO NO MP SEM
REPRESENTAÇÃO DA APLB
Como parte do processo de intermediação que objetiva o fim da greve na rede estadual de ensino, o governador da Bahia Jaques Wagner reuniu-se na tarde de ontem, dia 11, na sede do Ministério Público estadual, com o procurador-geral de Justiça Wellington César Lima e Silva e o assessor especial da Presidência do Tribunal de Justiça, Ricardo Schimtt. Na oportunidade, o Governo do Estado apresentou detalhes sobre a proposta feita aos professores, além de explicações técnicas sobre o orçamento estadual e outros assuntos relacionados à educação.
Também participaram da reunião os secretários Osvaldo Barreto (Educação) e Manoel Vitório (Administração) e os promotores de Justiça Márcio Fahel, José Vicente Lima, Roberto Gomes e Cristiano Chaves. Após ouvir o governador e secretários hoje e os professores ontem, e de também ter recebido representantes dos estudantes, o Ministério Público realizará amanhã, dia 12, às 14h, uma nova reunião entre representantes dos professores e do governo, com a mediação dos membros do MP e do TJ.
COMENTÁRIO DO BJÁ
A proposta apresentada pelo governo ao MP não contempla os professores com os esperados 22% de reajuste. Ainda há muitas dúvidas, também, quanto ao pagamento dos salários, readmissão dos docentes e assim por diante. Daí que, o impasse continua e somente a Assembleia desta sexta feira decidirá os destinos do movimento.