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2 de Julho de 1823 marca a Independência da Bahia do jugo português
Foto: SECCOM
Há um exagero enorme em relação as lutas pela Independência da Bahia, em 1822/23. A história baiana é mal contada, repleta de tintas de tintas do ufanismo, e vai ficando essa versão sem que a história coloque os pontos em seus deviddos lugares.
Que aconteceram lutas isso ninguém tem dúvidas. A dimensão delas é outra história.
Estima-se que nas lutas pela Independência o "Exército Libertador" em várias de suas frentes teria um contingente em torno de 3 mil homens. Para se ter uma idéia dessa dimensão, quando a Rússia invadiu a Polônia, em 1968, o Exército Vermelho usou 500.000 homens.
Felizmente, os leitores do BJÁ, em enquete, acertaram com 54.45% das respostas que, em Cachoeira, não aconteceram lutas, batalhas, e sim um ato político da Câmara (13.64% marcaram esse decisão politica), enquanto apenas 9.09% disseram que os cachoeiranos "tomaram a força" a canhoneira portuguesa estacionada no Paraguaçu; 18.8% disseram que a canhoneira deu apenas dois tiros; e 4.55% acreditaram nas tais lutas.
Na verdade, a decisão em Cachoeira foi política, de insubordinação contra o Regime Portugues comandato por Madeira de Melo na Bahia, o que representou, sem dúvida, fato relevante.
Em 25 de junho de 1823, a Câmara Municipal da vila de Cachoeira aclamou o
príncipe-regente D. Pedro como "
Regente Perpétuo" do
Brasil. Por essa razão, em julho, uma canhoneira portuguesa, fundeada na barra do
rio Paraguaçu, alvejou Cachoeira, reduto dos independistas baianos. A
6 de setembro, instalou-se na vila o
Conselho Interino do Governo da Província, que defendia o movimento pró-independência da Bahia ativamente, enviando emissários a toda a Província em busca de adesões, recursos e voluntários para formação de um "
Exército Libertador".
A canhoneira portuguesa alvejou casas em Cachoeira, mas, ninguém morreu. A população, em parte, e revoltosos se refugiram em Belém, num altiplano e marcharam para a capital via Recôncavo. A canhoneira retornou a Salvador.
A batalha maior, final, aconteceu nos arredores de Salvador, em Pirajá, mas, os dados sobre o conflito são imprecisos. Cercado, sem apoio logístico, sem mantimentos, Madeira de Melo embarcou sua tropa em navios ancorados no porto de Salvador e rumou para Portugal, na madrugada de 2 de Julho.
Quando o Exército Paficicador entrou na cidade, em 2 de Julho, via Estrada das Boaiadas, Lapinha, centro as tropas portuguesas já tinham cruzado a área de Abrantes via mar.