(Por Limiro Besnosik)
A viagem do prefeito João Henrique Carneiro à Espanha ainda rende, apesar das tentativas oficiais de encerrar o assunto. Agora foi o vereador Sandoval Guimarães (PMDB), presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Fiscalização da Câmara de Salvador, quem apresentou ofício, nesta segunda-feira, 25, pedindo explicações do Executivo sobre a ausência sem passagem oficial de cargo.
O edil fundamentou sua solicitação na nova lei federal de acesso à informação no serviço público, e apesar de não ter havido sessão neste primeiro dia da semana, o envio do documento seguirá normalmente, pois trata-se de um procedimento legal administrativo.
O pemedebista quer detalhes sobre os servidores municipais integrantes da comitiva, gastos da viagem, incluindo diárias e passagens aéreas, locais de hospedagem e recursos públicos envolvidos. JH viajou no dia 18 de junho, segundo a agenda oficial, para “encontros com membros do Instituto de Estudios Fiscales, ligado ao governo espanhol”.
Consultado sobre a questão durante o fim de semana, o líder governista Téo Sena (PTC), buscou minimizar as consequências políticas da atitude do alcaide: “Todos os prefeitos anteriores, quando precisaram, o procurador assumiu, mas ninguém falou nada”.
Segundo o trabalhista cristão, a viagem foi comunicada com antecedência à Câmara, “mas tudo que João Henrique faz vira uma celeuma muito grande”. Para ele, está tudo dentro da normalidade, pois o afastamento não ultrapassa o prazo que a Lei Orgânica do Município (LOM) exigiria como necessária para transmissão oficial de cargo.
Já o presidente do Legislativo (Pedro Godinho – PMDB), fiel a seu estilo contemporizador, voltou a jogar água na fervura, apontando a exiguidade do prazo da viagem e as dificuldades para encontrar um substituto previsto pela LOM, em função dos impedimentos dos prováveis sucessores, todos candidatos nas próximas eleições.