Finalmente foram iniciadas as conversas entre o Governo do Estado e a Câmara de Salvador sobre a mudança de perfil da região da Arena Fonte Nova de uso residencial para zona mista. A alteração não foi incluída na última atualização do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e sua proposta continua sem chegar em definitivo ao Legislativo.
Assim, a reunião realizada na tarde desta terça-feira, 19, no Salão Nobre da CMS, reunindo vereadores, Ney Campello (secretário estadual para Assuntos da Copa do Mundo 2014) e Roberto Ataíde (diretor de Projetos Associados da Fonte Nova Participações), foi muito bem vista.
A modificação precisa ser feita através de projeto de lei específico, a ser enviado pelo prefeito. De acordo com Campello, o novo espaço será “um complexo esportivo, de lazer, negócios e entretenimento que vai ajudar na revitalização do Centro Antigo”. Na área de 66 mil m² serão instalados hotel, shopping e casa de eventos.
Para vereadora Olívia Santana (PCdoB), o rezoneamento possibilitaria uma contrapartida ao Estado, já que o custo anual do empreendimento está previsto em R$ 99 milhões anuais. Gilberto José (PDT) defendeu a necessidade de pensar na infraestrutura do local para o equipamento não se tornar ocioso.
Discordâncias
Téo Senna (PTC), líder do Governo na Câmara, acredita ser necessário realizar estudos para definir os equipamentos a serem construídos na região, para, a partir daí, os vereadores poderem analisar a questão e colocá-la em votação. “Quais empreendimentos serão instalados?”, questionou.
Preocupação semelhante foi externada por Sandoval Guimarães (PMDB), receoso ainda com a possível piora da mobilidade urbana na região. Jorge Jambeiro (PP) discordou dos posicionamentos do Governo baiano diante de outros temas de interesse da cidade.
Em resposta, o secretário estadual considerou legítimos os questionamentos dos edis, mas reafirmou sua crença nos efeitos positivos da recuperação urbana na área. Ressaltou ser preciso garantir segurança jurídica à empresa responsável pelo plano de exploração da área, além de providenciar os estudos ambiental e de impacto de vizinhança. Em sua visão, a votação do projeto, alterando o zoneamento do local seria o primeiro passo.
Durante o debate, Campello explicou ainda a possibilidade dos projetos associados serem firmados com outras empresas, caso o atual consórcio não apresente proposta realmente vantajosa para o Estado. Isso, disse ele, está previsto na parceria público-privada firmada entre o Governo e a Fonte Nova Participações.