(Por Limiro Besnosik)
"A atitude do prefeito abre um precedente seríssimo; a cidade não pode ficar acéfala como está", protestou nesta segunda-feira, 18, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), contra a viagem feita por João Henrique Carneiro, por 10 dias, sem passar o cargo formalmente para qualquer autoridade municipal.
A comunista disse ter verificado detalhadamente a Lei de Ordenamento do Município (LOM), sem encontrar referência à possibilidade da procuradora geral Angélica Guimarães poder ficar à frente da Prefeitura como ocorre atualmente.
Segundo Aladilce, o episódio é grave, pois todos os possíveis substitutos de JH estão impedidos de assumir suas funções sob pena de ficarem inelegíveis, de acordo com a legislação eleitoral. Ela considera a decisão do prefeito como um desprezo à cidade, pois apesar de ter programado a viagem há muito tempo somente na tarde de hoje encaminhou ofício à Câmara comunicando sua ausência.
Apesar de não ser superior a 30 dias, prazo previsto em lei como obrigatório para passar o comando do Executivo, a edil defende a necessidade de negociar a transição para o município não permanecer por tanto tempo praticamente sem rumo.
Para Aladilce, no impedimento do vice-prefeito Edvaldo Brito (candidato a prefeito ou vereador) e dos pemedebistas Pedro Godinho (presidente da CMS) e Sandoval Guimarães (mais antigo edil), ambos concorrentes à reeleição, deveria entrar na linha sucessória Andrea Mendonça (PV). O problema aí é político, pois a verde agora é oposição, especialmente depois da anunciada coligação com o Democratas do deputado federal ACM Neto, pré-candidato ao Tomé de Souza.
Líder da Oposição na Câmara, Vânia Galvão (PT) saiu pela tangente e preferiu não polemizar: "Essa situação é complicada. Pedi à minha assessoria para analisar o assunto, pois parece que a LOM é omissa sobre isso. Amanhã [esta terça, 19] terei uma resposta para dar".