O deputado Bruno Reis (PRP) afirmou nesta quarta-feira, 13, no plenário da Assembleia Legislativa que a situação financeira da Embasa não é nada boa, a ponto do seu presidente, Abelardo de Oliveira Filho, admitir a sua privatização com a venda de ações à iniciativa privada. "Imaginem, senhores deputados, que essa era uma das 'bandeiras' sagradas do PT e agora vão privatizar a Embasa para fazer caixa" frisou.

   Para o deputado, a decisão da diretoria da Embasa em privatizar a empresa não representa uma surpresa uma vez que todas as antigas "bandeiras" estão sendo rasgadas desde que o governador Wagner chegou ao poder, a exemplo do direito de greve, a cobrança de pedágios, o aumento de tarifas de serviços acima da inflacão e assim por diante.

   "Hoje, o governador se comporta como um opressor, um déspota, e seu governo se nega a negociar com os professores e ainda tem a cara-de-pau em comemorar uma decisão do STJ em garantir o não pagamento de salários dos docentes", comentou.

   Na opinião do deputado Rosemberg Pinto (PT), em conversa com BJÁ, uma operação de abertura de capital não significa privatizar a empresa estatal porque o governo do estado não perderá a maioria do controle acionário. Admite, no entanto, que o fornecimento de água deve ser mantido com controle estatal, mas, o tratamento da água, seus procedimentos, comportam parcerias.

  Rosemberg é claro em seu ponto-de-vista como parlamentar e ex-sindicalista: "Sou contra a privatização da Embasa seja ela em que grau for. A água será um produto que merecerá uma atenção muito especial doravante, em todo planeta".

   OUTRAS OPINIÕES

   Para o deputado Carlos Geilson (PTN), o anúncio de privatização da Embasa pelo presidente desta empresa significa que, "cai mais uma máscara do governo Wagner, entre tantas outras que já tombaram" comentou para o BJÁ destacando que, até bem pouco tempo, "a água e a Embasa eram cavalos de batalha do PT", porém, o que se denota, é uma falta de recursos generalizada no Estado e isso assistimos, hoje, com o depoimento do secretário da Fazenda, na Comissão de Finanças.

   No entendimento do deputado Luciano Simóes (PMDB), a questão, agora, é saber o que a Embasa vai fazer para se explicar junto ao Sindae e aos seus servidores. "O governo Wagner pratica a arte do contrário" e a instalação da AGESA, a Agência de Saneamento, é o primeiro prenúncio de privatização da Embasa.

   Luciano contesta o presidente Abelardo de Oliveira afirmando que a privatização não acontecerá em 2014, como disse seu diretor, e sim muito antes, tanto que a AGESA será formuladora de parte desta política.

   O deputado Rosemberg Pinto não admite sequer em falar em privatização da Embasa e destaca que, qualquer procedimento de mudanças na empresa terá que passar pela Assembleia Legislativa e por seu Conselho de Administração.