O jogo ainda não começou oficialmente, mas a disputa pela prefeitura de Camaçari deve reunir 5 equipes. Com a maior estrutura e torcida organizada, formada por 17 partidos, o time do capitão Ademar Delgado (PT) se apresenta com pinta de ‘Barcelona'. Divididos e sem a máquina do governista, mas apostando na sua ‘bola' para vencer o campeonato, o engenheiro Maurício Bacelar (PTN), e o vereador Zé de Elísio (PP), acreditam que são o ‘Chelsea'. Com discurso duro e coerente, mas com a pegada do ‘Camaçari', portanto pouquíssimas chances, o PSOL, de Haroldo da Loteria, e o PSTU, com José Wellington ‘Indio', apenas completam a tabela.

Já a médica e atual vice-prefeita, Tereza Giffoni (PSDB), não apresenta condições de disputa, mesmo reafirmando que tem chuteiras, padrão, torcida e plano tático para o jogo. Com o apoio ‘pay-per-view ‘  da direção estadual pessedebista, que nunca fez uma visitinha a Camaçari, e sequer  compareceu a inauguração da sede municipal do partido, o time tucano deve ser desmontado e virar reforço de Maurício ou Elísio.

Do outro lado do gramado, o ‘Barça' segue sua tática tentando fazer boas jogadas para colocar o seu ‘Messi'  de cara com o gol. Como bom cartola, o prefeito petista Luiz Caetano usa seu poder de convencimento e de heterodoxia política, dentro e muito além das 4 linhas do tapete verde. Sabe que os oposicionistas precisam continuar se estranhando no vestiário e depois de colocarem os times em campo. Mais do que divisão, aposta na impossibilidade de construção de um caminho único de consenso, o que permitiria a montagem de apenas um time oposicionista, antes dos 45 minutos do 2º tempo do jogão da final.

Nesta fase de arrumação e contratação, mais que o PSDB da doutora Tereza, o DEM continua sendo o reforço sonhado por todas as equipes. Enquanto aguarda uma pesquisa, prevista para meados de junho, o Democratas joga com chuteiras iguais em pés diferentes. Estimulando Tereza e vibrando com as jogadas de Elísio, o time do cartola ACM Neto tende a se alojar na torcida do agora rebatizado "Maurício de Tude". Sem espaço nas discussões táticas da cartolagem e pouco entendimento da capacidade de fazer boas jogadas e gols que podem até serem decisivos, os vereadores Antonio Elinaldo e Jorge Curvelo aguardam pacientes a distribuição da camisa que irão vestir. Sabem que a partida será disputada no Armandão, mas a escalação passa pelo jogo de Salvador.

Com a definição dos vices e a distribuição das camisas dos candidatos a vereador, até final do mês, conforme determina a lei das convenções partidárias, os escretes entram em campo formalmente. As prováveis 5 coligações governistas de 17 partidos (PT, PV, PSD, PSB, PSC,  PRB, PRP, PDT, PR, PSL, PRTB, PHS, PTC, PSDC, PMN, PTdoB e PCdoB), somam 190 candidatos a vereador.

Apesar da aposta na unificação de todos os partidos (PTB, PTN, PP, PSDB, PPS, PMDB e DEM), e dos anúncios de que estão 'firmes prá vencer', as candidaturas Maurício Bacelar (PTN) e Zé de Elísio (PP) tendem a entrar na peleja com uniformes diferentes. Divididos, cada time assegura 38 nomes nas composições de vereadores.

Texto: João Leite