Os professores estaduais decidiram em assembleia nesta terça-feira (5) manter o movimento, que já dura 56 dias e mais 12 da greve da PM totalizando 68 dias. Docentes não aceitaram a proposta do governo de pagar entre 22% e 26% entre novembro deste ano e abril de 2013 na forma de progressão na carreira.
Em entrevista à TV Bahia, professores afirmaram que a categoria entendeu que a proposta do governo não atende às reivindicações e necessidades do grupo. Além disso, houve divergência quanto à realização das provas para mudança de nível e o governo não previa reajustes lineares para os salários.
Segundo a proposta do governador, as promoções ocorreriam por meio de cursos, com um aumento de cerca de 7% em novembro deste ano e outro do mesmo valor em abril do ano que vem - além do reajuste de 6,5% que o governo já concedeu aos servidores este ano. Com os índices, o ganho real é de mais de 22%. Apesar de ter dito, na entrevista à TV, que o primeiro aumento seria dado em outubro, Wagner se corrigiu em conversa com o CORREIO, afirmando que esse pagamento seria feito, na realidade, em novembro.
Apesar da proposta feita pelo governo, a direção do Sindicato dos Professores (APLB) informou na noite desta segunda (4) que a greve será mantida. "O comando rejeitou a proposta apresentada pelo governador. Ela não serve para a categoria", disse o coordenador-geral da APLB, Rui Oliveira.
O dinheiro que seria usado no reajuste acordado ano passado é o dinheiro que vai ser aplicado para fazer o avanço de carreira. São adicionados juros sobre juros acumulados: 7% em cima de 6,5%, resultando em mais de 13,5%, e depois mais 7% sobre os 13,5%, que vai dar os 22%. No caso do índice de 26% que alguns professores poderiam atingir, se explica porque parte da categoria - professores de nível médio - recebeu um reajuste de 4,65% a mais para atingir o piso nacional do Ministério da Educação (MEC).
A categoria está reunida nesta manhã em frente a Secretaria de Educação do Estado, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Estudantes também estão no local apoiando o movimento trabalhista e pressionando o governo a negociar com os professores, de acordo com a aluna do Colégio Estadual Tobias Neto, Vitória Vilas Boas.
A greve desse ano se encaminha para se igualar a maior paralisação dos professores, realizada em 2007, quando eles ficaram 57 dias sem dar aulas. O movimento prejudica mais de um milhão de alunos e põe em risco o cumprimento do calendário letivo.