Márcio Roberto é o novo presidente do Partido Popular Socialista (PPS) em Camaçari. O novo dirigente foi escolhido e assumiu o partido durante reunião realizada quinta-feira (17/5), em Camaçari. A indicação encerra uma ‘queda-de-braço' entre a antiga presidente, Iaraci Dias e a direção estadual. Partido, que oscilou entre as pré-candidaturas Zé de Elísio (PP), Oswaldinho Marcolino (PMDB) e Ademar Delgado (PT), garante apoio a Maurício Bacelar (PTN). A adesão, desmentida por dirigentes da legenda, durante festa de filiação ao PTN, do ex-prefeito José Tude, segunda-feira (21/5), foi confirmada quinta-feira (24), pela direção estadual.
Enquanto a direção informa que Iaraci Dias foi destituída da presidência municipal, a dirigente diz que renunciou ao cargo. Dispostos a reduzir o estrago na imagem do PPS, Iaraci e Ederval Xavier Poli, presidente estadual, asseguram que o acordo sela a paz no município e acaba com os riscos de racha, prejudiciais para a imagem da legenda, conhecida pela sua tradição de luta pela democracia e liberdades. As mudanças devem incluir a criação de uma comissão, presidida pelo próprio dirigente estadual, para ajudar a coordenar as ações do PPS em Camaçari. Fora da presidência, Iaraci reforça o time de 13 pré-candidatos a vereador que o partido prepara para as eleições de 7 de outubro.
Apesar da pequena força eleitoral, com pouco mais de 130 filiados e ´pouco mais de mil votos nas eleições de 2010, a disputa pelo controle do PPS é antiga e mostra que o partido vem defendendo candidaturas diferentes no arco oposicionista e até governista. Em janeiro, um grupo de dirigentes do partido anunciou apoio ao peemedebista Oswaldinho Marcolino (Veja reportagem). O movimento terminou sendo desarticulado pela presidente municipal Iaraci Dias, defensora da candidatura do também oposicionista Zé de Elísio (PP).
A disputa interna prosseguiu e ficou mais intensa a partir de meado de março, quando a presidente municipal entrou com pedido de afastamento dos juízes da 170ª e 171ª Zonas Eleitorais do município, (Veja reportagem) por descumprimento de Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A representação provocou a reação do diretório estadual, que alegando falta de necessidade do pedido, e desconhecimento e desrespeito as normas partidárias, afastou em abril (Veja reportagem) a dirigente por 12 meses do cargo e das atividades partidárias.
Com o vazio, a presidência foi assumida pelo pastor Jailton de Jesus, que terminou tendo sua escolha anulada com a decisão de cancelamento da punição, pelo presidente nacional, deputado Roberto Freire. Mesmo interino, o religioso logo declarou independência e atropelou a nacional que proíbe coligação com o PT, ao admitir a possibilidade de apoiar o candidato a prefeito pela base governista, o petista Ademar Delgado.
O último capítulo da ‘novela', a indicação do pastor Jailton de Jesus para a presidência municipal, ocorrida na 1ª semana de maio, pegou Poli de surpresa. Segundo Marcos Vieira, membro do diretório estadual, a reunião divulgada pela imprensa de Camaçari não discutiu a mudança da direção e a escolha do pastor Jailton, como foi noticiado. Assegura que o encontro debateu apenas uma desavença política entre o religioso e a ex-presidente.
A escolha do pastor, numa outra reunião e sem a sua presença e do presidente, contrariou o estatuto do partido. A versão é mantida por Poli, que se disse "enganado". Sem nominar os responsáveis pela tentativa de imposição de Jailton, o dirigente reforça sua justificativa lembrando que o julgamento do pedido de punição para Iaraci (Veja reportagem) estava em andamento, o que impedia qualquer mudança.
O novo presidente tem 38 anos, é tecnólogo com formação em logística e está filiado ao PPS desde 2010. Márcio Roberto ocupa a liderança da juventude do partido no município e é membro da estrutura estadual. Foi filiado ao PCdoB e PMN, legenda pela qual disputou as eleições de vereador em 2008, e somou 306 votos. Márcio acredita que a sua experiência vai ajudar a fazer o partido crescer em Camaçari.
Texto: João