Natural de Itaperuna (RJ), Elói Ferreira de Araújo é o mais novo cidadão soteropolitano, depois de ter se destacado nas lutas pela igualdade racial no país como presidente da Fundação Cultural Palmares. A honraria foi entregue na noite dessa segunda-feira, 14, pela Câmara de Salvador, por iniciativa do vereador Moisés Rocha (PT).
“Elói Araújo luta para mudar o processo de exclusão dos negros”, justificou Moisés Rocha em seu discurso de saudação. Para ele, por conta das políticas afirmativas defendidas pelo homenageado e aplicadas pelo governo brasileiro, “o país vive um momento de desconstrução da imagem criada e que visava unicamente prejudicar os afrodescendentes”.
Ao receber o título das mãos da esposa Ana Cristina, Elói falou de sua grande emoção, assegurando ser essa mais uma responsabilidade em sua vida: “É um orgulho inarrável ser cidadão de Salvador”, sintetizou.
Destacou também os avanços na legislação brasileira, como o Estatuto da Igualdade Racial, de 2010, sancionado pelo então presidente Lula, cujo objetivo é acabar com o racismo e todo o tipo de discriminação de natureza étnica.
Palmares em Salvador
Nascido em 15 de junho de 1959, o homenageado é formado em Zootecnia e Direito e tem mestrado em Engenharia de Transporte. Engajado nas lutas políticas, ingressou no PT carioca em 1981 e atuou em 2008 na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
“A Câmara Municipal de Salvador escreve mais uma página na história”, assinalou a vereadora Olívia Santana (PCdoB). A sessão solene, acrescentou, é um momento da memória e de valorização dos negros.
A ministra da Cultura Ana de Hollanda enviou mensagem, lida por Mônica Trigo, representante da pasta. Também presente, o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) classificou como justa a homenagem prestada pela CMS e defendeu a mudança de Brasília para Salvador da sede da Fundação Palmares.
Também participaram da sessão solene a vereadora Marta Rodrigues (PT), o deputado federal Luís Alberto (PT) e os representantes estaduais e municipais Atahide de Oliveira, Arany Santana, Ailton Ferreira e Claudelino Miranda. O Grupo Ilê Aiyê fez apresentação musical com dança afro.