Política

BLOCOS QUEREM CONSELHO MUNICIPAL DO CARNAVAL FORA DA FESTA EM 2013

| 04/05/2012 às 14:50
Os participantes da audiência não reconhecem validade do Conselho do Carnaval
Foto: Valdemiro Lopes

Uma nova forma de organizar o Carnaval da capital baiana, com um Conselho, renovado, mais participativo, democrático e transparente, capaz de fiscalizar as contas da festa de atender a todos que trabalham na folia. As propostas, reunidas num documento, foram discutidas numa audiência pública realizada na tarde dessa quinta-feira, 3, no auditório do Edifício Bahia Center, anexo da Câmara de Salvador.

O texto será entregue na segunda-feira, 6, pelo vereador Alcindo da Anunciação (PT), organizador do encontro, a Jonga Cunha, presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), ao prefeito de Salvador, João Henrique, e à coordenação do Conselho do Carnaval, além de outros órgãos públicos.

Representantes de diversas associações e blocos, presentes à reunião, foram unânimes em dizer que preferem estruturar o evento (circuitos, produção e pré-produção e direitos) através de debates públicos e não mais pelo Conselho Municipal do Carnaval.

Todos disseram não reconhecer como válido o atual Conselho e defendem a suspensão de seu funcionamento até o final das apurações, pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Ministério Público (MP) e Câmara de Salvador sobre denúncias, feitas em abril deste ano, referentes a irregularidades de gestão.

Gilmar Santiago (PT), presente na assembleia, declarou seu apoio à luta: “Esta discussão para a festa deve ser democratizada com a apresentação de todos os problemas que impedem o pluralismo do carnaval e beneficiam alguns poucos em detrimento da grande maioria”.

Fórum permanente

Aladilce Souza (PCdoB) propôs construir o Carnaval de 2013 através de um fórum permanente na CMS, com a discussão de todos os itens da festa momesca e sua aprovação pelo voto da maioria das entidades e segmentos participantes.

Para Otto Pípolo, presidente da Associação dos Blocos de Salvador, esse fórum deve ser perpetuado para todos os anos. Segundo ele, a maior parte dos segmentos não têm assento no Conselho e não se sentem representados por ele, comprometendo a legitimidade da entidade: “Acredito que esta será a nova constituinte do Carnaval de Salvador. Daí nascerá um novo modelo para a festa, que será feita, não mais por uma minoria, mas de uma forma realmente representativa”.

Também estiveram presentes na assembleia, Reginaldo Santos (diretor da Associação dos Blocos de Salvador), Merina Aragão (representando o presidente da Saltur) e diversas entidades carnavalescas como os blocos As Sapatonas, 100 Censura, Traz a Massa, Afoxé Korin Nagô e Associação dos Moradores de Itapuã, entre outros.