O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, negou nesta terça-feira (1º) que PDT esteja "rachado" com decisão da presidente Dilma Rousseff de indicar o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) para o comando do Ministério do Trabalho.
"O PDT não está rachado. É algo normal. Tiveram três nomes e um deles foi escolhido. As centrais indicaram o Brizola Neto", disse Paulo Pereira da Silva durante evento em comemoração ao Dia do Trabalho, em São Paulo. Além de Brizola Neto eram cotados para o cargo o secretário-geral do partido, Manoel Dias, e o deputado Vieira da Cunha (PDT-RS).
A indicação para o ministério foi anunciada nesta segunda (30) pelo Palácio do Planalto, após reunião de Dilma com o presidente do partido, Carlos Lupi, que comandou a pasta por mais de quatro anos e deixou o cargo em dezembro do ano passado, após uma série de denúncias de corrupção. Brizola Neto não era o nome defendido pela cúpula do PDT para ocupar o Ministério do Trabalho. A indicação do deputado era apoiada, porém, por Paulo Pereira da Silva e sindicalistas.
"Brizola é jovem, mas tem retrospecto político forte. É uma pessoa envolvida com as centrais", afirmou Paulo Pereira da Silva. Com 33 anos, Brizola Beto será o deputado mais jovem da equipe de Dilma. O presidente da Força Sindical disse ainda acreditar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "contribuiu" na escolha do deputado para o comando da pasta.
"O aval do presidente pode ter chegado aos ouvidos da presidente Dilma. O presidente Lula acabou ajudando."
Diálogo
Nesta segunda (30), após o anúncio da indicação de Brizola Neto, o vice-presidente do PDT, deputado André Figueiredo (CE), criticou a falta de diálogo de Dilma com o partido na escolha do novo ministro.
"O partido não tem indicação nenhuma neste processo. É uma indicação da presidente. Ela [Dilma] nunca chamou o partido para conversar. Esta relação [com a presidente] vem arranhada desde dezembro. [...] Ainda não houve diálogo. O que houve foi uma comunicação do novo ministro. A falta de diálogo é algo que nos desagrada", afirmou
Por sua vez, Brizola Neto afirmou nesta segunda crer que sua nomeação ao cargo "vai ajudar bastante" a pacificar a relação do PDT com o governo. Ele falou com o comentarista da Globo News Gerson Camarotti após conversar com Dilma no Palácio do Planalto e antes do anúncio oficial da Presidência de que ele comandaria o ministério.
"Às vezes, existe uma resistência ou outra, mas nada possível de a gente superar. Tem um sentimento no partido da identidade que o partido tem com o governo. Em nome dessa questão maior, que é a nossa causa, não tem motivo para não promover unidade", afirmou.