O deputado Nelson Pelegrino reuniu-se, na última terça-feira (24), na área externa da Cantina
da Lua, no Terreiro de Jesus, com um grupo de moradores e empresários do Pelourinho, que sofrem há 12 anos com a diminuição do movimento de turistas no local, para discutir as propostas de revisão das dívidas dos donos de imóveis na área com o fisco estadual e ações que incrementem a atividade cultural no bairro.
As principais reivindicações apresentadas pela Associação dos Comerciantes do Centro Histórico
(Acopelô) são a revisão das dívidas do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) estadual, em função das dificuldades financeiras dos comerciantes, e a elaboração de um calendário de shows e eventos que levem de volta o público ao Pelourinho. O encontro contou com a presença da vereadora Andrea Mendonça e de cerca de 40 pessoas.
"Já houve época em que, com as pousadas mais baratas e com eventos constantes, os turistas chegavam a ficar 15 dias. Agora, o visitante passa uma manhã aqui e à tarde já quer ir embora", afirmou o presidente da Acopelô, Lenner Cunha, que entregou a Pelegrino uma carta com propostas ao governo do estado, para que o deputado intermedie o atendimento.
Apesar de demonstrar insatisfação com a grande presença de pedintes e drogados pelas ruas do maior
conjunto colonial da América Latina, a comunidade salienta que essa é uma questão social, cuja solução depende apenas da presença da polícia, e rebateu a ideia de que o Centro Histórico seja um lugar inseguro.
"O problema não é a violência, mas a abordagem aos turistas. A cada 50 metros, o visitante é chamado por um ambulante, que se não consegue vender seu produto passa a pedir dinheiro
para com rar comida", ressalta o comerciante Joel Gonzaga, para quem o Centro Histórico de Salvador é absolutamente viável: "A Lapa, no Rio de Janeiro, copiou o modelo daqui e deu certo. Por que aqui não daria"?
Emocionado, Clarindo Silva, dono da Cantina da Lua e um dos mais antigos ocupantes do Centro
Histórico, lembrou que o bairro é uma das maiores referências do Brasil no exterior, ao citar o estado de abandono em que se encontram áreas importantes, como a Rua do Gravatá e a Rua da Independência. Depois de citar a retomada das obras de revitalização da 7ª Etapa, Pelegrino disse que o Pelourinho é um lugar diferenciado e que deve ser tratado dessa forma. "O Centro Histórico só vai ter vida com moradores. Por isso, é importante esse projeto que vai trazer servidores públicos para viver aqui, assim como é preciso pensar em segurança, em atividades culturais e outras ações de uma forma diferente de outros bairros", disse ele.