Apesar da convenção dos partidos ocorrer em junho, o processo eleitoral corre solto em todas as cidades do interior baiano. Na Chapada Diamantina, esse processo não foge à regra e o município de Palmeiras fecha a chapa com o atual vice-prefeito, Júnior (PTB) e o ex-vereador de cinco mandatos Wilson 100% Capão na sua vice. Essa é a escolha do prefeito Marcos Teles (PP).
 
Com avaliação ruim no povoado do Capão, o prefeito faz uma jogada considerada de "mestre" ao indicar o vice Júnior (filho de ex-prefeito), tido como um político fechado e de difícil trato com as pessoas, e na vice o ex-vereador e forte comerciante de Palmeiras, filho do Capão, Wilson Rochaa. O ibope de Wilson na Vila é muito forte, quase unanimidade. Pacato, mas consciente de sua força eleitoral, Wilson afirma que ainda não foi procurado nem "sabe" de nada.
 
Confessa, no entanto, que se for chamado a compor a chapa só aceitará se concordarem com as suas exigências "por escrito" em defesa do Capão. "Sou Capão na veia", declara ele, informando que Palmeiras tem cerca de 9 mil habitantes (uns seis mil eleitores) e o Capão 1.500 habitantes e cerca de metade desse universo vota (dados do IGBE). A Vila, que tem eleitorado decisivo, é um pequeno pedaço de paraíso encravado sob uma cordilheira da Chapada.

Habitada por pequenos agricultores, apicultores e comerciantes, viu chegar, na década de 70, uma profusão de "hippies" de todas as partes do mundo. Hoje, seu perfil econômico e social mudou significativamente. Trilheiros, comunidades alternativas, pousadas e restaurantes dos mais variados, hortas de produtos orgânicos e turistas ávidos pelos encantos das cachoeiras, riachos, pradarias e pelo clima europeu que lá predomina enchem a charmosa Vila nos finais de semana e feriados prolongados. Mas, nada que altere o ritmo lento e despreocupado da saudável rotina local. Pelo menos enquanto não decidirem asfaltar os 20 quilômetros que a separa da sede Palmeiras.