A criação de um Centro de Referência da Memória na Bahia, instalada na Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), com o objetivo de registrar episódios históricos, como regime da Ditadura Militar e a Escravidão, que exigiram bravura do povo baiano e brasileiro. Estas foram as sugestões apresentadas pelo secretário Almiro Sena, como representante do governador Jaques Wagner, na Sessão Especial na Assembléia Legislativa em comemoração aos 32 anos de Anistia Política aos exilados durante o período da ditadura militar.
O evento contou com a participação de parlamentares e representantes da sociedade civil que lutam pelos direitos humanos de exilados políticos e familiares vitimados pelo golpe militar de 1964.
Waldir Pires, um dos políticos exilados que resistiu ao golpe, lembrou que foi o último a deixar o Palácio do Planalto na época, ressaltou a mobilização que foi feita para que o golpe, eminente, não se consumasse.
Já o presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Joviniano Neto, destacou a importância da sociedade não esquecer os crimes cometidos na ditadura, para que não voltem mais a acontecer; e afirmou que a nova luta que se estabelece é contra os crimes de tortura e a prática de desrespeito aos direitos humanos no País.
Integrante da Comissão de Anistia, Vanda Davi Fernandes de Oliveira, falou sobre os processos analisados pela comissão instalada pelo Ministério da Justiça que analisa os pedidos de indenização formulados pelas pessoas que foram impedidas de exercer atividades econômicas, por motivação exclusivamente política, desde 18 de setembro de 1946 até cinco de outubro de 1988. Vanda declarou que já foram analisados mais de 69 mil processos e falou do trabalho exercido pela Caravana da Anistia, julgando processos nas localidades onde ocorreram os crimes.
A Lei de Anistia foi sancionada em 28 de agosto de 1979. Ela beneficiou mais de 100 presos políticos e permitiu o retorno de 150 pessoas banidas e 2000 exiladas, que não podiam voltar ao país sob o risco de serem presas.