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Professores lotaram saguão da Assembleia e ouviram que decreto é inegociável
Foto: BJÁ
Impasse nas negociações da greve dos professores nas universidades estaduais, em debates, discussões e encontros na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 31. O líder da Maioria, deputado Zé Neto (PT), diz que o governo admite refazer as mesas de negociações com a garantia de não interferir na autonomia e vida administrativa das universidades, mas, sem mexer no decreto 12.583 do governador, já pactuado em discussões anteriores e com assianturas de três secretários de Estado (Saeb, Sefaz e Seplan).
Gean Santana, coordenador do fórum ABS, em nome dos professores, disse ao BJÁ que, "dessa forma não há acordo porque o decreto interfere na vida das universidades, o governo foi quem retirou as propostas dos trabalhadores da SEMP (Sistema Estadual de Mesas Permanentes), não dá garantias alguma de ganhos salariais compatíveis com a vida dos professores e ainda quer cercear os debates ano a ano, fixando normas desde já por decreto".
Na opinião de Zé Neto, o decreto não atinge as universidades como asseguram os professores e é "inegociável". E, mais, disse que o governo está dando ganhos de 18% nos salários dos professores. O deputado comentou, em plenário, que "fala em nome de uma bancada que tem responsabilidade e de um governo que deseja encontrar uma solução para o problema, sem congelamento salarial como se apregoa".
Ainda de acordo com o líder da Maioria até entende-se o movimento dos professores "pois, faz parte do processo democrático". Mas, adverte que, o momento é de negociação, sentar a mesa e resolver a questão.
QUESTÃO HISTÓRICA
Para o deputado Rosemberg Pinto (PT), o qual disse ter recebido uma comissão de professores em seu gabinete, às 11 horas, a questão atual das universidades não pode ser imputada ao governo Wagner, uma vez que é "histórica" (herança maldita) e esse é o "grande debate porque passa a educação na Bahia"
Rosemberg admitiu, até, que o momento é de "reflexão" e que "o decreto do governador não é empecilho para se ir à mesa de negociações e encontrar um caminho para o problema, uma vez que a educação é um bem coletivo".
O deputado Leur Lomanto, PMDB, cobrou coerência aos deputados do PT. "Quando o PT era oposição nesta Casa combatia o Reda, combatia a educação, combatia tudo. E, hoje, vemos que tudo aquilo que os deputados petistas falavam não passava de discurso vazio.
Para o deputado Leur Lomanto o que está acontecendo nas universidades estaduais da Bahia é uma vergonha, "destruindo o que se foi construido ao longo de tantos anos". Leur Lomanto destacou, em plenário, que o governador Wagner perdeu o encanto de governar neste segundo mandato e há uma "paralisação geral no estado, não só nas universiades, mas em vários outros setores".
Os deputados Bruno Reis (PRP), Carlos Geilson (PTN) e Targínio Machado (PSC) também criticaram a postura do governo em não negociar com os professores.