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Incoerência partidária ou oportunismo? Essa é a pergunta que surge quando se analisa a trajetória política do deputado Reinaldo Braga.
Tendo já passado pela base do governo de Waldir Pires, nos idos da década de 1980, e indo posteriormente para o lado do carlismo, quando percebeu que esse último grupo assumiria as rédeas do estado, a carreira política de Reinaldo se pautou por estar onde estava o poder. No grupo do cacique ACM, consolidou sua base política e acumulou reeleições.
Mesmo com a derrocada do carlismo, e aproveitando-se da surpreendente eleição de Jaques Wagner em 2006, onde este não possuía maioria na Assembléia para garantir a governabilidade, mais uma vez o deputado deu o pulo do gato e firmou-se do lado governista. Eis que nessa eleição, depois da saída do PR para os lados de Geddel, e a consequente ida de Reinaldo Braga para a oposição, o deputado se viu pela primeira vez como candidato contra o governo estadual. Apesar do compromisso firmado entre Geddel e o PR com a candidatura de Dilma Roussef, pouco ou nada se ouviu falar do deputado pedir voto para a candidata a presidência.
E assim permaneceu até as vésperas da eleição, quando ciente da popularidade da indicada do Presidente Lula, o mesmo passou a fazer discretas manifestações a respeito, tentando pegar carona na situação, com o slogan, vote no time de Lula.
Na virada para o segundo turno presidencial, o deputado Reinaldo Braga mais uma vez surpreende e de acordo com as manifestações de vários de seus partidários, o mesmo orienta o voto para José Serra, indo de encontro as posições do presidente de seu partido no estado, César Borges, do candidato derrotado a governador de seu grupo político, Geddel, e da orientação nacional de seu partido, uma vez que o PR faz parte da coligação da candidata Dilma.
Lembrando ainda, que o prefeito de Xiquexique é filho do deputado e foi eleito pelo PMDB. Talvez a resposta mais óbvia é marcar posição contra o governo Wagner, tentando desestabilizá-lo, já que o governador em discurso afirmou não aceitar mais a traição de quem esteve ao seu lado. Ou então, procurar se valorizar com pretensões de voltar as hostes do governo caso haja alguma chance. (Edgardo Pessoa Filho, Xique-Xique, BA)