Política

ITAPOAN FEZ MELHOR DEBATE ENTRE CANDIDATOS GOVERNADOR, P/ TASSO FRANCO

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| 21/09/2010 às 01:40
  Dos três debates realizados até agora pelas emissoras de televisão de Salvador com os candidatos a governador cujos partidos têm representações no Congresso Nacional o que se iniciou às 23 horas de ontem e terminou à 1h da manhã de hoje, realizado pela TV Itapoan/Rede Record, com mediação de Eduardo Ribeiro, foi o melhor produzido nesta campanha apesar do horário muito tarde e que deve ter pouca audiência. Dentre as polêmcias, a mais contundente foi a afirmão de Luiz Bassuma, do PSOL, de que há "corrupção na pasta da Saúde do atual governo".

  Essa afirmativa com base em dados retirados do livro do médico Eduardo Leite, de Feira de Santana, ex-diretor do Hospital Clériston Andrade no atual governo, ensejou direito de resposta para Wagner, o qual protestou contra o que chamou de "prevaricação" do candidato Bassuma apontando que este deveria ter responsabilidade sobre o que afirma. Bassuma, em réplica também concedida em direito de resposta, reafirmou que, sim, Eduardo Leite saiu do Clériston porque não compactuou com a corrupção. 

  Além desse episódio mais forte no debate aconteceram outros, entre Souto x Wagner; Geddel x Wagner; Geddel x Souto; e Marcos Mendes se posicionando como "franco atirador". Desta feita denotou-se no debate da Itapoan uma dobradinha entre o candidato do DEM, Paulo Souto, e o candidato do PV, Luiz Bassuma, que trocaram perguntas um levantando a bola para o outro.

  Wagner também foi melhor orientado neste debate e procurou, sempre que possível, fazer perguntas "levantando a bola para sí" usando Bassuma e/ou Marcos Mendes distanciando-se de um confronto mais direto com Souto e/ou Geddel. Fez pelo menos duas perguntas a Mendes nessa direção, a primeira sobre a Copa do Mundo 2014 e os investimentos que estão sendo feitos no Estado, e a segunda sobre agricultura familiar.

 Desta feita, com mais tempo para falar no confronto direto, Marcos Mendes mostrou que precisa melhor se preparar para um evento dessa natureza porque o telespectador não é bobo nem aceita uma saraivada de conceitos repetitivos sem possibilidades reais de serem aplicados e outras citações completamente fora da realidade brasileira. 

  De uma forma geral os três candidatos mais competitivos no pleito (Wagner/Souto e Geddel) se sairam bem no debate embora, como o governador seja a vidraça sofreu mais com críticas às áreas de saúde, educação e segurança. E, como bordão, a propaganda do governo passou a ser a Geni, desta feita, Otto Alencar sendo poupado (não compareceu ao debate devido compromissos familiares).

  De fato, passou para o telespectador indicações de que o governo atual difunde números do segmento social e outros que não condizem com os apresentados pelas estatísticas oficiais do governo federal (PNAD/IBGE), caso do aumento do trabalho infantil no estado, entre 2007/2009, e as citações sofre o TOPA a Bahia ainda com 1.800.000 analfabetos adultos.

  Esse foi um bom momento de Geddel no debate (e também de Souto porque fizeram uma dobradinha nesse quesito) ao expor essa situação e outros números falando diretamente ao telespectador e alertando-o no sentido de que, a propaganda do governo diz uma coisa e a realidade baiana é outra.

  Wagner conseguiu sair-se razoavelmente bem quando falou da área de segurança, problema estrutural e que não pode ser resolvido num toque de mágica, atribuindo uma parcela do problema a herança dos 16 anos da época do PFL. Digo razoável porque a população tem memória curta e quer saber dos resultados atuais e, de fato, os íncides de violência na Bahia nos últimos 4 anos cresceram muito, de forma assustadora.

  A área da saúde foi a vilã do debate. Geddel apresentou uma informação de que a Saúde estadual deve ao município de Salvador repasses da ordem de R$19 milhões (informação que o secretário municipal da Saúde, José Carlos Brito deve ter passado a Geddel) e Wagner não sabia. O governador pelo menos foi honesto com o telespectador e avisou que não tinha conhecimento desse débito e iria verificar e solucionar o problema.

  Pena que o debate tenha sido realizado num horário muito tarde (23h de segunda até 1h da terça) e teve pouca audiência, mas, quem ficou até o final assistiu o melhor confronto até agora entre os candidatos na TV. Bom mediador, bom formato com confrontos mais diretos entre os candidatos e ausência de filigranas como aconteceu na Aratu.

  O debate mostrou também que apesar dos números das pesquisas que apontam uma eleição praticamente definida em primeiro turno, com Wagner à frente, os seus adversários estão a mil por hora e ainda confiantes numa possibilidade de segundo turno. Precavido, no final do encontro, como Wagner foi o último a falar, pediu a militância força redobrada até o dia 3 de outubro.