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Zilmar Alverita, candidata a senadora pelo PSOL, afirma que a política de desenvolvimento regional necessita de uma profunda mudança porque produz benefícios apenas para os empresários, sacrificando os trabalhadores, muitos têm problemas de saúde e vários chegam a óbito.
"Queremos desenvolvimento econômico, sim, desde que acompanhado com sustentabilidade e respeito à população local". Atrair grandes corporações produtoras de calçados do sul e sudeste do Brasil para o interior da Bahia foi, entre outras medidas, a saída encontrada pelos governos carlistas para a situação de crise da pecuária e agricultura nas cidades do interior da Bahia e do conseqüente desemprego no campo seguido de êxodo rural.
Zilmar Alverita acrescenta que "nada mudou com Jaques Wagner que deu continuidade a política carlista com novos investimentos no setor, através da implantação de novas unidades de calçados e de componentes, na ampliação da capacidade produtiva e na renovação de contratos de empresas como a Calçados Azaléia Nordeste S.A. Mais R$ 27 milhões estão sendo investidos na instalação de mais sete unidades de produção. Vamos ver a que custo social e com quais sacrifícios".
A partir de 1996, municípios baianos com tradição na produção artesanal em couro ou em outra matéria prima, passaram a produzir, de forma incentivada, calçados, bolsas, malas, entre outros produtos voltados para exportação a exemplo de Alagoinhas, Amargosa, Cachoeira, Castro Alves, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Ipirá, Itabuna, Itapetinga, Jequié, Juazeiro, Riachão do Jacuípe, Santo Antonio de Jesus, Santo Estevão, São Francisco do Conde, Simões Filho, Valente, entre outros. "Houve uma guerra entre os municípios e os administrados pelos carlistas foram beneficiados. Itapetinga foi o primeiro município que teve uma fábrica implantada, a maior delas, a Calçados Azaléia Nordeste S.A. Os investimentos foram altíssimos, e com dinheiro público.
Sua implantação contou com 50% de recursos financiados pelo BNDES, FINAME, FINOR e outros fornecedores, além de investimentos suplementares em infraestrutura diversas, inclusive a construção de um aeroporto completamente equipado e de uso quase exclusivo dos empresários gaúchos. Resultado disso, um custo de R$ 1,8 milhão. O custo social, porém, foi enorme", afirma Zilmar Alverita. Ela apresenta os dados mais recentes pesquisados para confirmar sua opinião. "Sobrou pobreza porque a riqueza produzida não fica em Itapetinga. Ficaram mais de 500 trabalhadores intoxicados com o consumo de água contaminada dentro da fábrica, em 2008; altos índices de mutilações e adoecimentos de jovens trabalhadores, em sua maioria negros, no seu primeiro emprego. O INSS comprova que entre os meses de janeiro de 2008 a maio de 2010 ocorreram 332 afastamentos superiores a 15 dias ocasionados por acidentes e doenças ocupacionais. Os casos de desrespeito aos direitos dos trabalhadores foram ou são tão intensos que recentemente o Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a empresa a indenizar as vítimas e interditou máquina que causava mutilizações. Este tipo de desenvolvimento econômico com certeza nós do PSOL não queremos"