vide
Hilton Coelho, candidato a deputado estadual pelo PSOL, fez duras críticas à utilização de recursos públicos destinados à realização da Copa do Mundo em 2014 no Brasil, em especial na Bahia. "Sem medo de errar reafirmo que a demolição da Fonte Nova deixou muita lama debaixo de todo o concreto que caiu. O governo estadual que não teve a menor competência para cuidar da velha Fonte Nova é o mesmo que construíra a nova. Qual o custo social dessa obra faraônica?", questiona.
"É intrigante que sem nenhuma explicação, com muita rapidez, a construção da Arena Fonte Nova ficou R$ 150 milhões mais barata. O consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, grandes financiadoras da campanha eleitoral de Jaques Wagner, acataram sem retorquir a recomendação proposta pelo Ministério Público Estadual (MP-BA)".
Hilton Coelho questiona, "como uma obra orçada em R$ 1,6 bilhão pode ser reduzida em quase 10% do valor total? Não fica evidente que havia algum, digamos assim, erro na planilha de custos?" Hilton Coelho ironiza ao afirmar que "o governo do Estado teve de ser convencido a rever o contrato por recomendação dos ministérios públicos estadual e federal para que o valor total se aproximasse do real. Passou de R$ 591,7 milhões para R$ 1,6 bilhão. Só assim a população soube que muitos milhões de reais estavam ocultos nas letras miúdas do contrato".
Zilmar Alverita, candidata a senadora pelo PSOL, acrescenta sua preocupação diante da aprovação "a toque de caixa pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado da autorização para que os Estados que vão sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 contratem financiamentos para executar a infraestrutura para esses eventos fora dos limites de endividamento público impostos por lei. Quando for aprovado em plenário, o que ocorrerá sem a menor dúvida, aqui se abre a possibilidade de um saco sem fundo para escoamento de recursos públicos", afirma.
"Minha preocupação não só com a Bahia, mas com o Brasil. O Tribunal de Contas da União divulgou um relatório afirmando que a obra da Arena Amazônia, que substituirá o estádio Vivaldo Lima para a Copa-2014 em Manaus (AM), tem sobrepreço de R$ 71,2 milhões e possíveis irregularidades. Não resta a menor dúvida que cerca de 94% do total de gastos em arenas no Brasil para 2014 serão bancados por investimentos públicos. E os elefantes brancos já vêm sendo anunciados. Qual a viabilidade econômica das arenas depois 2014? Será que as tais arenas de Brasília, Recife, Manaus, Natal, Cuiabá e mesmo a de Salvador serão sustentáveis após a Copa?", questiona e finaliza Hilton Coelho.