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O candidato a vice-presidente da República na chapa de Plínio de Arruda Sampaio, o pedagogo baiano Hamilton Assis, e Hilton Coelho, candidato a deputado estadual, ambos do PSOL, afirmam que o Sistema Único de Saúde (SUS), criado em 1988 pela Constituição Federal do Brasil como um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, enfrenta um deliberado sucateamento.
"Para começar, qualquer pessoa de boa vontade percebe que nesse país se pratica uma política definida para impedir a consolidação de um sistema público de saúde", afirma Hamilton Assis. Hilton Coelho argumenta que "o SUS foi criado para oferecer atendimento igualitário, cuidar e promover a saúde de toda a população. Onde está a promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros? Hoje, praticamente todo o sistema de saúde está privatizado. E não era isso que se pensou em 1988 na criação do SUS. A proposta inicial era que ele seria um sistema estatal. Hoje vemos a saúde como uma mercadoria, um produto e não um bem social graças à omissão do gestor principal, o governo federal, e incompetência ou má fé de diversas administrações estaduais e municipais que deveriam realizar sua parte e não o fazem".
Ambos dão como exemplo da crise vivida pelo SUS a greve decretada recentemente pelos médicos cirurgiões cardiovasculares e torácicos que suspenderam o atendimento por esse sistema reivindicando melhores condições de trabalho e remuneração dignas. "Chega a ser obsceno. O desrespeito e o descaso com a saúde da população já ultrapassou todos os limites do suportável. Saúde pública no Brasil e na Bahia em especial só existe mesmo na propaganda oficial. O dia a dia mostra a humilhação e o sofrimento do nosso povo", afirma Hilton Coelho.
Hamilton Assis declara que um governo do PSOL "defenderia os interesses da maioria dos cidadãos e cumpriria o que reza a Constituição Federal: saúde é um direito da cidadania e o Estado é responsável pela sua execução. De preferência fora da ingerência do mercado. No país, 70% do sistema de assistência à saúde, está nas mãos do mercado. Essa relação de abandono da saúde pelo Estado é, em primeira instância, o responsável pelo quadro catastrófico que temos assistido nos últimos anos". "São cerca de 1300 operadoras de planos privados que vivem estudando a melhor forma de burlar o SUS, transferindo suas responsabilidades para o Estado e brigando até a morte para não reembolsá-lo. São milhares de instituições privadas com certificado de filantropia que ludibriam o Estado, maquiando suas contabilidades e escolhendo os procedimentos que acham oportuno fornecer ao SUS. Somando essas 'malandragens' com as renuncias fiscais oficiais, devemos chegar a alguns bilhões de reais anuais. Até quando empresários e governos vão brincar com a saúde dos brasileiros", finaliza Hilton Coelho