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O prefeito de Salvador, João Henrique, tem uma administração voltada para beneficiar o capital imobiliário e não pela política social e defesa do meio ambiente, afirmam os membros do PSOL Zilmar Alverita, candidata a senadora, e Hilton Coelho, candidato a deputado estadual.
Um exemplo do descaso é o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Salvador (Comam) que desde 2008 não tem se reunido regularmente. "O Comam deveria ser um órgão de participação direta da sociedade na administração pública e teria caráter consultivo, normativo e deliberativo, porém, ficou relegada a um terceiro plano. Mesmo sem se reunir regularmente, a prefeitura continua firme e forte dando licenciamento ambiental para que a indústria imobiliária faça o que bem entender", afirma Hilton Coelho.
Zilmar Alverita acrescenta que "a conselheira Marcele do Valle, representante do Instituto Búzios, entidade ambientalista eleita para fazer parte do Comam, apresenta diversos questionamentos sobre a representatividade de diversas entidades que permanecem há muito tempo no Conselho, porém, não se deu atenção ou quaisquer respostas. Não sem motivo, as entidades questionadas têm ligação com as empresas imobiliárias".
Outra evidência dos laços estreitos da atual administração municipal com a indústria imobiliária, apontada por Hilton Coelho, relaciona-se à demolição recente de 349 barracas de praia, "o tal Projeto Orla, do governo federal, vem sendo discutido e acatado em muitos estados da federação, porém, as questões vem sendo resolvida na base do diálogo, através de audiências públicas com a presença de todos os envolvidos. Aqui foi na base da intransigência, como diz nosso povo, na tora".
"Fica evidente a conivência, ou melhor, a participação do prefeito João Henrique com a derrubada. Em abril de 2007, a Justiça determinou a derrubada das barracas depois de pedido do Ministério Público Federal (MPF). Na época, a prefeitura recorreu e conseguiu suspender a decisão. Em julho de 2009 a prefeitura de Salvador desistiu do recurso e entregou os barraqueiros às feras.
O advogado dos barraqueiros, João Maia Filho, afirmou textualmente que a derrubada das barracas e o novo projeto na orla fazem parte de uma estratégia de valorizar a área ao gosto das imobiliárias. Não é preciso dizer mais nada. Reafirmamos nosso compromisso de denunciar e resistir sempre em defesa dos direitos da maioria da população", finaliza Hilton Coelho.