Na sexta-feira (20), autoridades e associações de pequenos produtores reuniram-se em Buerarema. O encontro foi promovido pela Associação de Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema (APA), e debateu as medidas que serão tomadas contra um relatório da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) que aponta a demarcação de 47 mil hectares, que seriam entregues a membros da tribo Tupinambá.

O Deputado Federal Geraldo Simões considera o documento equivocado, já que interfere em uma"área ocupada há mais de cem anos por agricultores, majoritariamente de agricultura familiar. Estamos trabalhando para a revogação deste relatório da FUNAI e para garantir que os produtores continuem com as suas atividades que vem desenvolvendo há mais de três gerações de famílias".

Segundo Luiz Henrique Uaquim, presidente da APA, em cerca de um ano e meio a associação já realizou 78 reuniões, tentandoevitarque os planos da FUNAIsigam em frente. Ainda segundo Uaquim, as demarcações seriam desastrosas para toda a economia local, já que a produção dos agricultores que serão afetados correspondea cerca de 70% dos itens que compõem as cestas básicas da região. Aproximadamente 2.800 famílias ficariam desamparadas, já que não possuem outro meio de renda.

Embora esteja otimista quanto à revogação do decreto demarcatório, Geraldo Simões alerta sobre as consequências deste tipo de ação. "Estamos fazendo um esforço enorme para evitar a expulsão dos produtores, e o problema já foi levado ao presidente Lula. A providência "mais racional é a revogação desta portaria da FUNAI. A partir daí, o caminho é tomar medidas como levar o problema para o Congresso e formar um comitê de fiscalização composto por deputados, para impedir essa medida absurda", enfatizou.