Relator da Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece regras para o recolhimento de embalagens usadas, incentiva a indústria da reciclagem e proíbe os lixões a céu aberto, e idealizador do Programa Bahia Azul, que possibilitou à cidade de Salvador alcançar a terceira colocação em cobertura de esgotos no Brasil, o senador César Borges comentou nesta sexta-feira (20) a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo a qual 56% dos domicílios brasileiros não tinham, em 2008, acesso à rede geral de esgoto. Esse percentual representa 32 milhões de unidades, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
"Essa pesquisa indica que muito ainda deve ser feito para resolver essa questão de saúde pública. Quando fui secretário do Saneamento, em 1993, idealizei o Programa Bahia Azul, que ajudei a executar quando fui governador. A situação do saneamento básico em Salvador era tão grave que foi necessário o esforço de quatro administrações, com investimento próprio de US$ 600 milhões", diz César. Ele explica que a iniciativa valeu a pena e resultou em uma melhoria de 264% na taxa de acesso a rede geral esgoto, que passou de 18,8% em 1991 para 68,4% em 2000 nos municípios baianos contemplados pelo programa.
César Borges lembrou que o trabalho realizado em Salvador vem até hoje sendo citado como referência. Em 2002, o Jornal Nacional (Rede Globo) divulgou reportagem mostrando como a capital baiana deixou a posição de maior cidade sem saneamento da América Latina para uma das melhores coberturas do país.