Neste ano de eleições, muitas pessoas amigas me têm perguntado em quem votarei para Governador do Estado. Respondo que depositarei meu voto em favor de Jaques Wagner e acrescento as razões para essa preferência. A primeira consiste no clima político por ele criado no atual Governo, caracterizado pelo apreço e respeito às várias correntes de opinião representativas da população baiana. O governo Wagner tem valorizado obras públicas que, embora viessem prestando importantes serviços aos baianos, foram menosprezadas e maltratadas durante longo período de tempo.
O Museu didático de Ciência e Tecnologia, voltado, sobretudo, para a população jovem, foi criado durante o meu mandato de Governador, entre 1975 e 1979. Depois de esquecido pelo poder público durante várias décadas, foi reinaugurado pelo atual Governdaor, que está, também, fazendo construir o Parque Tecnológico da Bahia, ideia que começou a materializar-se depois de longo período de incubação, vem com grande atraso em relação a outras unidades da Federação.
O estádio do Pituaçú, com instalações para o futebol e para outras formas de atletismo, depois de maltratado durante muitos anos, foi recuperado, modernizado e ampliado pelo Governo Wagner. O estaleiro construído em S. Roque do Paraguaçu, destinado, na sua origem, à montagem de plataformas para a exploração de petróleo, igualmente, esteve abandonado durante muitos anos e está sendo reaproveitado pelo atual governo, dentro de programa grandioso de construção naval, uma das importantes vocações da nossa terra.
Lembro, ainda, outros exemplos de atividades datadas do meu mandato de Governador, que estiveram temporariamente relegadas ao esquecimento. A nossa maior prioridade na área da Educação havia implicado a construção, a instalação dos equipamentos e o treinamento dos professores destinados ao aprendizado prático de dezoito escolas do então chamado "segundo grau", concebidas para abrigar o ensino profissionalizante em diferentes habilitações. Essas escolas foram distribuídas por todo o território estadual, com base em prévia pesquisa do mercado de trabalho nas várias regiões da Bahia.
Embora já contassem com pessoal legalmente nomeado e adequadamente treinado, as práticas inerentes à profissionalização nessas escolas foram interrompidas pouco depois do término do meu mandato, e muitas jamais foram retomadas. Alem disso, fizemos construir o Centro de Educação Tecnológica (CENTEC), no município de Simões Filho, dedicado à formação de "tecnólogos" em nível superior mediante cursos de curta duração. Essa pequena Universidade especializada, destinada a formar mão-de-obra para grandes núcleos industriais da Bahia, esteve sub-aproveitada durante muitos anos e passou, recentemente, a integrar a rede federal de ensino profissionalizante, sob outro nome (Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia).
O turismo em Salvador se caracterizava, em passado remoto, por grande sazonalidade. Fora dos meses da alta estação, os hotéis, restaurantes e casas noturnas desta cidade sofriam expressivos prejuízos. Por esse motivo, construímos o Centro de Convenções, graças ao qual podemos atrair congressos de grande porte, que traziam até nós numerosos turistas de maior poder aquisitivo.
O governo Wagner acaba de realizar importante trabalho para a manutenção desse imponente edifício, que conta mais de trinta anos desde que foi construído. Durante muito tempo, estiveram em ritmo lento os programas governamentais de construção de bairros populares adequadamente planejados. Durante o meu mandato havíamos construído os bairros de Cajazeiras, Narandiba e Mussurunga, dotados da necessária infra-estrutura física, com saneamento, pavimentação e meio-fio. Neles foram implantadas escolas de primeiro e de segundo graus, postos de saúde e centros sociais urbanos.
O atual Governo, preocupado em atender às carências de ordem social da nossa população, tem trabalhado intensamente em reduzir o grande déficit habitacional da nossa terra. Ao lado de tudo isso, parece-me que estão esquecidas as conversas que chegaram a ocorrer logo depois que deixei o governo, no sentido de destruir-se o Parque de Exposição de Animais de Salvador e, simplesmente atribuir-se outra destinação ao terreno no qual está implantado. Com exceção de uma breve interrupção entre o fechamento do antigo Parque de Ondina e a construção do atual, as exposições agropecuárias têm servido, há muitas décadas, para a aproximação entre os habitantes da região metropolitana de Salvador e o componente dos mais fortes da economia do nosso Estado, representado pela pecuária de grandes e pequenos animais. Felizmente, o clima político que prevalece, atualmente, em nosso Estado, já não permitiria um absurdo como este.
Os acontecimentos citados a título de exemplos fazem parte da história da Bahia nas décadas mais recentes e explicam a minha escolha em favor da reeleição do Governador Jaques Wagner no próximo mês de Outubro.