Em convenção nacional do PSDB em Salvador, neste sábado, 12, o ex-governador de SP, José Serra, foi homologado como candidato a presidente da República, em coligação com o DEM e outros partidos, e disse que o poder público tem que estar subordinado à sociedade e não ao aparelhamento sindical, ao "poder absoluto de um Luis XIV que ficou para trás". Segundo Serra, "o país não tem mais lugar para outros luises", numa referência explicita a candidata Dilma Rousseff apoiada pelo presidente Lula da Silva.

  Serra destacou que o Brasil pode muito mais, marca de sua campanha, e apontou alguns caminhos que pretende adotar caso seja eleito presidente, com a implementação de um vigoroso projeto de obras em infraestrutura, "como fizemos em São Paulo", recuperação do ensino básico, criação de escolas técnicas para atender 1 milhão de alunos, e cursos de qualificação profissional para trabalhadores desempregados. Além disso, anunciou 150 policlínicas, recuperação da saúde pública, e retirada da população brasileira da miséria absoluta.

  Num discurso bem elaborado, quase didático, o ex-governador de SP falou de sua trajetória de vida, enumerou valores que considera fundamentais para a sociedade brasileita e situou que, no Brasil, o que existe de melhor é "nossa gente". Serra disse que a caminhada que iniciou como pré-candidato a presidência do Brasil, em 10 de abril último, tem sido "boa e prazerosa". E, no momento, "nunca tive tanta disposição física e mental, de estar preparado para o desafio de governar o país",

  Segundo Serra, "nós (o PSDB) sabemos o que fazer com mais progresso social". Destacou que, no seu aprendizado permanente de vida, tem observado gerações que se depararam com diferentes situações, distintas interpretações, e ele comprende bem essa movimentação da socidade, e que, na atualidade, deseja "imprimir um impulso positivo rumo a um novo ciclo de desenvolvimento". É sobre esse ambiente que tem pensado e refletido na condição de assumir o cargo executivo mais relevante do país.

  BAHIA E DIVERSIDADE

  Sobre o porque da convenção nacional do PSDB na Bahia disse que "a Bahia é um dos grandes retratos de nossa diversidade, tão singular e única, uma preciosidade. Assim são os baianos e brasileiros. Estamos às vésperas de Santo Antonio, ogum, orixá da lei, e por isso vou falar dos valores.

  VALORES/DEMOCRACIA

  - Acredito na democracia permanente e não de ocasião, pois, têm políticos que desdém da democracia em suas ações diárias. A democracia é um valor permanente e inegociável. Único caminho para que os trabalhadores tenham uma melhora de vida. Não há justiça social sem democracia e vice-versa.

  VALORES/LIBERDADE DE IMPRENSA

  - Acredito na liberdade de imprensa sem adjetivações e não em patrulhamento por segmentos financiados pelo aparelho do estado. Isso não aceito.


  VALORES/OPOSIÇÃO

  - A oposição tem seu papel como competidora e não como adversária do poder. Não aceito a tentativa de desqualificar a oposiçao com uso do aparelho do estadp. Somos todos irmãos da Pátria para construirmos um país ainda melhor.

  VALORES/DIREITOS HUMANOS

  - Acredito nos direitos humanos dentro do país e no mundo. Não fica bem elogiar ditaduras de todos os cantos do planeta porque foram ou são aliadas eventuais de partidos políticos do governo atual.

  VALORES/CONGRESSO NACIONAL

  - Acredito no Congresso Nacional. Todos os que estão lá, malandros ou sérios, chegaram através do voto. A principal arena dos debates nacionais é o Congresso. Não pode ser arena de mensalões, de compra de votos.

  VALORES/JUSTIÇA

  - Acredito no valor da Justiça independente, dos tribunais de contas e do Ministério Público. Hoje, o que se vê é que o governo não quer um controle de suas ações.

  VALORES/HONESTIDADE

  - A honestidade não é um programa de governo.

  VALORES/ADMINISTRAÇÃO

  - A administração pública no Brasil está loteada com apadrinhamentos. O governo brasileiro arrecadou R$500 bilhões até o último 2 de junho e faz cortes nos gastos públicos da saúde e educação. E releva que o dinheiro público está sendo mal gasto.

  SOBRE SUA PERSONALIDADE

  - Eu sou o que sou. Tem gente que me acha feito; e tem gente que me acha bonito. Agora, ninguém vai me ver falando uma coisa e fazendo outra. Não tenho mal entendidos no meu passado e vou me expor ao Brasil assim. Sou até um sujeito bem humorado. "Está me ouvindo Tasso Jereissati?", perguntou. E respondeu: "Eu não entendi o que ele falou. Mas, deve ser coisa boa".

  UNE

  - Na época em que fui presidente a UNE era independente.

  VOTO

  - Eu não cai de paraquedas no mundo da política. Tenho história de lutas. E tenho o maior respeito pela vontade popular. O povo brasileiro não vai estar surpreso com minha atuação.

  GOVERNO E PODER

 - Vou apresentar idéias claras para governar. O governo tem que apoiar quem produz, quem trabalha. E amparar os desamparados.