Política

WAGNER PEDE PÉS-NO-CHÃO AO PMDB E ESPERA APOIO GEDDEL NO SEGUNDO TURNO

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| 24/05/2010 às 01:10
Governador disse no Canal Livre, Band, que Lula dá mais ao PMDB do que vice-versa
Foto: BJÁ
  Em entrevista realizada na madrugada desta segunda-feira, 24, no Canal Livre da Band o governador Jaques Wagner afirmou que espera contar com o PMDB no segundo turno das eleições para governador, caso isso aconteça numa provável disputa com Paulo Souto, como apontam as pesquisas até o momento. Mas, ressaltou que não tem certeza de que isso acontecerá, embora haja a aliança em nível nacional do PT/PMDB no apoio a ex-ministra Dilma Rousseff.

  Segundo Wagner, sem desmerecer as pesquisas até agora realizadas, tudo poderá acontecer nas eleições porque a campanha só começa a partir do uso da televisão em agosto próximo. "Muita gente achava que eu não iria sequer para o segundo turno, em 2006, e ganhei no primeiro turno". Portanto, aconselhou o governador, ainda é cedo para se falar de 2010.

  Wagner, entende, no entanto, que o caso da Bahia com uma disputa entre PT x PMDB é realmente "anômalo". Destacou durante o programa que trabalhou muito tanto em nível nacional, como local para a unidade PT/PMDB, mas, que este partido saiu do seu governo. 

  Admitiu, também, que, com a saída do PMDB do seu governo aconteceu o deslanche de sua administração porque este partido (leia-se Geddel) "queria construir um projeto diferenciado do seu". Para Wagner, o caso da Bahia vale também para o Brasil, pois, considera que é "bom governar com ele (PMDB), porém, não é impossível governar sem ele".

  O governador situou que o presidente Lula trata melhor o PMDB do que este partido tenha uma recíproca no mesmo quilate. Para Wagner, e isso anunciou que aprendeu com o presidente Lula, "meu professor", "só ganha quem agrega; e não quem espalha" e o PMDB tem que colocar os pés no chão porque o PT tem oferecido ao Brasil um produto político excepcional que é Dilma Rousseff.

  SOBRE PAULO SOUTO

  Considera que o legado de ACM está com Paulo Souto, ACM Jr e ACM Neto que encarnam o projeto do candidato do PSDB, José Serra, e vê nesse grupo seu principal adversário político na Bahia e também ao projeto Lula/Dilma. "São dois projetos nacionais em disputa com candidatos da maior qualidade, Dilma e Serra, mas, opostos do ponto de vista político. O nosso defende a distribuição para crescer; e o deles, crescer para distribuir".

  Ainda sobre Souto diz que, em parte, a infra-estrutura deficitiária na Bahia em alguns segmentos se deveu porque o ex-governador não levava os projetos para o presidente Lula. "Ele ficava inibido e não foi lá", situou.

  SOBRE GEDDEL

   Acha que Geddel não representa o legado carlista (de ACM), mas, utiliza métodos assemelhados aos praticados por ACM. Citou, como exemplo, que enquanto seu governo faz obras em todos os municípios governados por prefeitos de partidos diferentes, Geddel, quando ministro, só trazia obras para os seus partidários.

  DOIS PALANQUES

  Wagner diz que não tem o menor problema com essa situação porque está muito mais identificado com o projeto Lula/Dilma do que Geddel. "Minha cara é do projeto Lula e não a do PMDB", frisou.