Depois de exonerar o secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Antonio Abreu, o prefeito João Henrique revogou dois dos três decretos de desapropriação de áreas da cidade, publicados originalmente no último mês de abril. A revogação foi publicada no Diário Oficial de hoje (dia 14). Um dos decretos revogados foi o 20.733, cuja área no Campo Grande integrava o projeto chamado de "Revitalização do Comércio/Cidade Baixa", projeto que foi doado a prefeitura por uma ONG dirigida pelo empresário do setor imobiliário Carlos Suarez.

O outro decreto de desapropriação revogado foi o 20.709, que previa desapropriações  de mais de uma centena de imóveis em 17 áreas da cidade para executar obras visando resolver problemas de mobilidade urbana de Salvador. A justificativa dada pelo prefeito para revogar este decreto foi que a prefeitura encaminhou para o governo do Estado o projeto de mobilidade urbana para análise de viabilidade de execução. As obras deverão ser realizadas pelo governo estadual. Ficou de fora das revogações o Decreto 20.735, que prevê a implantação da chamada Linha Viva e a desapropriação de áreas que totalizam 4,6 milhões de metros quadrados.

"A queda do secretário Antonio Abreu e a revogação, ainda que parcial, dos decretos de desapropriação foram frutos da mobilização social liderada pela bancada de Oposição na Câmara e também da denúncia do escândalo pela imprensa, que provou um evidente despreparo da atual gestão no trato da coisa pública", comentou o vereador Gilmar Santiago (PT), líder da Oposição.

O vereador petista informou também que no Diário Oficial de hoje foram nomeados 29 gerentes de Unidades de Saúde e comentou que circula nos bastidores da prefeitura comentários de que essas nomeações visam posicionar nos cargos pessoas vinculadas a deputada estadual Maria Luiza, primeira dama do município e candidata à reeleição. "Estamos investigando para verificar se procedem tais comentários", afirmou o petista.