(Por Marivaldo Filho)
Uma confusão na verificação de quórum impediu a realização da sessão ordinária, nesta terça-feira (28), na Câmara Municipal de Salvador. A presença dos trabalhadores da rede municipal de ensino, sem receber salários há três meses, ‘intimidou' a presença dos vereadores da bancada da situação. No momento da contagem, a dúvida em relação ao número de presentes no plenário gerou conflito entre Orlando Palhinha (PSB) e Alcindo da Anunciação (PSL).
Só não chegaram às vias de fato porque houve interferência dos outros vereadores e de assessores que tentaram esfriar o clima tenso. Enquanto Alcindo dizia que havia número suficiente para que a sessão fosse aberta, Palhinha garantia que no momento da contagem não havia 14 vereadores no plenário (número mínimo para a abertura dos trabalhos).
A situação ficou, no mínimo, esquisita. 20 vereadores dentro do plenário com a sessão já encerrada por falta de quórum. O pior foi que foram chegando mais vereadores e assessores. Plenário lotado sem sessão.
Os professores ficaram revoltados quando encontraram a porta para entrada dos populares trancada. Sabendo que muitos vereadores estavam no plenário, acharam que estavam sendo impedidos de participar da sessão. "Queremos entrar" e "Queremos o nosso dinheiro", foram os principais ‘gritos de guerra'.
Quando foram noticiados que a sessão não estava acontecendo os professores não acreditaram. "O que estão fazendo aí dentro então? Jogando futebol? Isso é uma falta de respeito com a população. Não são eles que estão com três meses de salários atrasados", gritou, revoltado, um dos manifestantes.
Os trabalhadores da educação municipal ainda ficaram na porta do plenário por cerca de 30 minutos, ainda com o objetivo de participar da sessão. Após a saída dos vereadores, saíram também, frustrados, os professores.