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O senador César Borges (PR-BA) voltou discursar no Senado sobre o tema da violência e disse que a Bahia precisa de um "craque" para enfrentar a criminalidade e o tráfico. "Para derrotar o crack, a droga, é preciso um craque administrativo, alguém que tenha garra, vontade, competência para resolver esse problema. Senão, lamentavelmente, viveremos essa situação por muito tempo", disse o senador. Ele disse também que, quem escapa do crime morre nas filas dos hospitais. "Mais de 400 pessoas morreram a espera de vaga nos hospitais baianos", afirmou, apontando jornais baianos.
De acordo com o senador, o governo baiano não pode usar o tráfico de drogas e o "crack" como desculpa para a ineficiência do combate ao crime. "O governo diz que a culpa é do crack. Mas é culpa do crack como? Vamos procurar os traficantes e dizer: 'Olhem, tirem o crack daqui, por favor'. Quem tem a responsabilidade, afinal?", questionou César Borges. Ele leu, da tribuna do Senado, duas reportagens do jornal A Tarde relatando o surto de violência na Pituba e o enterro de um agente policial morto por assaltantes. Segundo a matéria, os próprios policiais estão questionando a competência da segurança pública.
"Começa-se a dizer na Bahia que não há programa de combate ao crime, há o programa 'Balas para Todos', e as notícias levam a essa triste e lamentável conclusão", disse César Borges. O senador explicou que traz o tema ao debate do Senado como obrigação de parlamentar baiano, e cobrou uma explicação das autoridades do estado sobre o avanço do crime. "Eu não gostaria de vir a esta tribuna para trazer esses problemas, mas não posso me omitir porque são os jornais da Bahia que estão trazendo o assunto e me compete repercuti-lo aqui hoje para pedir as providências necessárias", afirmou.
César Borges informou que o Ministério Público abriu inquérito para apurar onde está o nó no sistema de regulação na Bahia, que não consegue encaminhar os pacientes para os hospitais. "Pacientes já esperam mais de 30 dias pela regulação. Essa é a realidade que venho comentar desta tribuna, para refletir sobre a situação preocupante e calamitosa que vive a segurança pública e a saúde na Bahia", disse o senador. Como exemplo da sua preocupação, disse que em três anos, houve 4,5 mil assassinatos em Salvador, enquanto 426 pacientes morreram à espera de vagas nos hospitais públicos em 2009.