O samba da Bahia cria e recria, continuamente, tendências que ressignificam o samba no Brasil". A afirmação é do vereador Moisés Rocha (PT), que cita como exemplo desse fluxo cíclico de criatividade o movimento conhecido como samba junino. Para debater sobre esse gênero musical, a Câmara Municipal de Salvador realiza audiência pública nesta quinta-feira (22), às 17h30, no Centro de Cultura da Casa.
 

De acordo com Moisés Rocha, o samba junino é produto de modificações ocorridas no samba a partir da década de 70. Ele explica que o gênero tem sua origem nas festas realizadas em alguns terreiros de candomblé da Bahia que tinham no samba uma das suas principais atrações. "A extensão profana destas festas deu um caráter itinerante e introduziu nas comunidades da periferia soteropolitana uma nova dinâmica às festas juninas", diz.

Influência negra

A contribuição da cultura negra da Bahia no processo de desenvolvimento do samba no Brasil é destacada por Moisés Rocha. "Foi a partir da influência do samba de Angola, ressignificado na Bahia, e de ritmos como a umbigada, o maxixe e o lundu, que este símbolo da cultura nacional se desenvolveu e se espalhou pelo resto do país", reforça.

Para o vereador, o samba consolidou-se no decorrer da história do país como um dos mais importantes patrimônios imateriais oferecidos pelo povo negro brasileiro ao mundo.

"Essa música-dança de origem africana, ressignificada pelo processo de resistência do povo negro no Brasil, é mundialmente conhecida como uma das mais fortes expressões da cultura afro-brasileira e, irrefutavelmente, um símbolo apropriado pela cultura nacional do país", ressalta.