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Deputado Luiz de Deus (DEM), deputado Álvaro Gomes (PCdoB), secretário Solla
Foto: DIV
Foi o maior bafafá a audiência pública com a participação do secretário estadual Jorge Solla, da Saúde, na sessão da Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa, realizada nesta terça-feira, sob a presidência do deputado Álvaro Gomes. A sessão terminou tumultuada por um bate boca entre os deputados Heraldo Rocha, líder da Oposição, Carlos Gabam (DEM), o secretário Solla, a platéia e o presidente Álvaro Gomes.
Segundo Álvaro Gomes (PCdoB), a oposição irritada com os dados positivos apresentados pelo secretário "benficiando os mais pobres" e partiu para tumultuar a sessão entendendo que o tempo havia se esgotado. A Oposição, ao contrário, além de achar que a gestão Solla é um desastre queria explicações sobre contratos com três empresas prestadoras de serviços sem licitações (Masp, Steel e Obraserv) e sobre o edital do Hospital de Seabra (R$59 milhões)
Os ânimos foram às alturas. O vice-presidente do colegiado, deputado estadual Luíz de Deus (DEM) chegou a uma conclusão: "Como dizem os deputados da bancada governista, a Saúde na Bahia vai muito bem! Pena que os baianos ainda não perceberam isso".
Para o parlamentar o secretário não esclareceu questões, por exemplo, referente ao atendimento precário da Central de Regulação da Sesab. "Sabemos que hoje se morre de dengue, de meningite e até numa maldita Central de Regulação, sem sequer ter a chace de ser atendido. Apesar dessa cruel realidade, o secretário Solla ainda exige que o governo do Estado assuma a administração do hospital de Chesf", protestou o deputado.
Outro problema citado por Luiz de Deus é referente ao mais novo programa da atual gestão, o Saúde em Movimento, vinculado ao Topa e que, segundo o parlamentar, já custou mais de R$40 milhões aos cofres públicos baianos sem dar o resultado esperado.
DEFESA DE SOLLA
Para o líder do governo na Casa, deputado Waldenor Pereira, PT, a oposição comete erro ao adotar como estratégia DE combater o secretário Jorge Solla, o qual, em nossa opinião "é um dos gestores que mais tem ajudado nos avanços do governo". Pereira situa que a Oposição não olha para o retrovisor e verifica "o que está sendo realizado pelo secretário Solla na área da Saúde, muito mais do que na época do governo Souto".
Ainda de acordo com Waldenor, o secretário ao apresentar dados "irrefutáveis" leva a Oposição ao desespero. Mesma opinião tem o líder do PT, deputado Paulo Rangel, que considerou a apresentação e a gestão de Solla na Saúde como "brilhantes com avanços que pode ser vistos em todo estado".
Para o líder da Oposição, deputado Heraldo Rocha, a gestão Solla é nebulosa, marcada por problemas de toda ordem, contratos sem licitações, mortes em portas de hospitais, tudo o que não se deve ser feito para melhorar o atendimento à população.
OS DADOS DE SOLLA
Durante a audiência pública o secretário Solla lembrou que já foram construídas 239 unidades de Saúde da Família em todo o Estado, sendo 12 delas em Salvador, e 43 reformadas. Todas contaram com recursos do Governo do Estado. No momento, outras 100 unidades estão sendo construídas e contam com recursos federais. Paralelamente, a secretaria também está montando uma rede pública de laboratório de exames clínicos, beneficiando diversos municípios do interior. Até 2011 serão entregues 26 unidades desse tipo à população.
Para uma platéia formada por deputados da base do governo e da oposição, o secretário explicou que, desde 2007, vem se trabalhando muito na área de saúde do estado e enumerou algumas das muitas ações empreendidas desde então: implantação do plano de cargos e salários; seleção pública para preenchimento de vagas; capacitação pedagógica de pessoal de nível superior para servirem de monitores aos de nível médio; e ampliação dos atendimentos de alta complexidade em diversas regiões do estado.
Em sua apresentação, o gestor lembrou que a Bahia tinha, logo no início dessa gestão, uma epidemia de sarampo e que hoje não se tem mais notícias da doença. Explicou, por exemplo, que a Bahia, em relação à meningite meningocócica, mantém a média de 1,1 caso por 100 mil habitantes, patamar histórico no estado.
Apesar do aumento entre 2008 e 2009 no número de casos da doença em Salvador, o risco de contágio é a metade dos riscos existentes em Brasília e um terço dos riscos de contágio existentes em São Paulo, que é o campeão de casos de meningite meningocócica no Brasil.
Também foi destaque na apresentação, as ações para enfrentar os ciclos de dengue no estado. Para enfrentá-la, a Secretaria Estadual de Saúde ampliou o número de leitos no estado, com abertura de novos serviços e capacitação de pessoal; fechou articulação com as forças armadas; adquiriu e distribuiu 250 mil capas para tanques e tonéis; e fez seleção pública para aumentar o quadro de agentes de controle de endemias.