Política

DEPUTADA NÃO QUIS SERVIR DE "ESCADA" PARA PSC, POR TASSO FRANCO

vide
| 13/04/2010 às 18:34
Maria Luiza: "Quando não se sabe para onde se está indo, qualquer lugar serve"
Foto: BJÁ
   Conversei com a deputada Maria Luiza no final desta tarde desta terça-feira, 13, no saguão da Assembleia legislativa, e percebi que, de fato, ao renunciar sua condição de candidata à Câmara Federal sentia-se como se tivesse retirado um fardo das costas, aliviada.

  Bastante segura em suas convicções políticas e pessoais, o móvel de sua decisão envolve o PSC (hoje sou PSC...sem vocação para ser refém...) e a aliança PMDB com o PR de César Borges, a coligação proporcional global (chapão) e a dificuldade que teria para eleger-se, inviabilizando assim o seu projeto.

  E o que pareceu mais sintomático, já que isso não seria atingível, a deputada não se dispôs, dentro do que considera uma "farsa política" à sua volta, onde ninguém é contra ela, mas, a favor de sí próprios, a servir de "escada" para cabeças coroadas bem mais articuladas no PSC.

  Ou seja, participar de um processo eleitoral onde seus votos, seu esforço pessoal e de sua família, de partidários e amigos, serviria como contra-peso àqueles que atuam na política "trabalhando" essa arte como empreendendorismo. 

  Essa atitude da deputada Maria Luiza terá repercussão intensa uma vez que, além de ser deputada com convicções próprias, é esposa do prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB) e, por mais que se queira distanciar uma coisa da outra, representa um fator relevante.

  Além do que, a deputada demora de falar, mas, quando fala, diz exatamente o que seu coração determina e sua formação familiar aconselha, sem perder a ternura, e com coragem.

  Veja o que diz num dos trechos do seu discurso: "Vivi, incorporei, aceitei, tolerei, admiti, aprendi a conhecer os fios que formam a enorme teia da política e decidi que não importa onde cheguei, mas, para onde estou indo".

  É um fato político novo na sucessão e que pode ter desdobramentos imprevisíveis.