O deputado estadual João Carlos Bacelar (PTN) protestou contra os erros da propaganda oficial do Governo da Bahia e que vem deseducando, sobretudo as gerações mais novas. ''Se já não bastasse a exorbitância que este governo gasta com a propaganda oficial, gasta mal e ainda informa errado'', protestou Bacelar.
Numa delas, o governo da Bahia tenta se vincular à imagem da professora Candolina Rosa de Carvalho Cerqueira, na propaganda ''O Poder de Mudar a História - Isto é Coisa de Mulher'', divulgada como parte da programação do Mês da Mulher desenvolvida pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher, da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade (Sepromi). Na propaganda, estão sendo veiculadas uma foto que não corresponde às feições da professora, uma vez que não é reconhecida pelos próprios descendentes dela, além do nome estar trocado. Na propaganda tratam a professora Candolina como Neide Candolina, na verdade, título de composição de Caetano Veloso, fruto de livre criação do artista, que misturou duas pessoas de sua estima, Neide e professora Candolina.
''É importante o governo reconhecer publicamente a importância das personalidades que ajudaram a construir este estado, sobretudo uma educadora e personalidade pública. Mas não se pode aceitar que uma campanha oficial do Governo do Estado seja tão descuidada a ponto de confundir a professora de várias gerações de baianos, nome de escola pública e de bibliotecas em colégios da rede oficial, com a personagem da música'', disse Bacelar, se associando aos protestos dos familiares da professora Candolina.
Outro erro corrigido pelo parlamentar foi a declaração também na campanha Março Mulher, organizada pela Sepromi, afirmando que Luiza Mahin foi líder da revolta dos Malês, levante promovido por negros muçulmanos escravizados em 1835, na capital baiana.
''Trata-se de uma irresponsabilidade histórica, uma vez que a Revolta dos Malês, segundo seu mais destacado pesquisador, João José Reis, autor do livro ''Rebelião Escrava no Brasil: a História do Levante dos Malês (1835)'' - Cia das Letras, 2003 - foi uma revolta de homens. Não havia mulheres. E há de se seguir a lógica para verificar isso: o levante não deu certo porque os próprios revoltosos procuravam apenas outros muçulmanos e algumas poucas etnias para integrar a revolução. Ademais, é sabido que a mulher tinha uma participação limitada na sociedade muçulmana. Uma das únicas mulheres envolvidas na revolta foi a que supostamente teria traído o movimento, denunciando-o às tropas portuguesas'', disse Bacelar, cobrando mais rigor na publicidade oficial.