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A despeito dele ter trabalhado ostensivamente para ser expulso, nós entendemos que o deputado federal não merecia essa pena por toda sua história de construção e luta dentro do partido", disse o presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo, ao receber ontem (28) carta do deputado federal Luiz Bassuma comunicando sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores.
Jonas Paulo argumenta que o parlamentar poderia continuar defendendo suas teses sobre assuntos de foro íntimo, crença, fé ou mesmo de objeção de consciência e votar explicitando na tribuna a razão do seu voto.
"O estatuto do PT prevê o voto diverso da orientação da liderança partidária. E isso já ocorreu diversas vezes, sobretudo na Constituinte, quando temas polêmicos de natureza comportamental foram abordados. Ele sai do PT com a certeza de que aqui contém imensa maioria de filiados cristãos", afirmou o dirigente.
O presidente do PT explica que nunca pautou o partido a abordagem do tema como referendo ou enquete, mas o debate sobre a responsabilidade do Estado diante da problemática do aborto: "Nós sabemos que a pobreza no Brasil é principalmente nordestina, negra e feminina. E as principais vítimas do aborto estão nesses segmentos, os quais o Estado precisa proteger", defende Jonas Paulo.
Ele comenta, por último, sobre a natureza democrática e coletiva das discussões que envolvem os filiados nos congressos petistas: "O PT é um partido radicalmente democrático que debate abertamente suas idéias; mas quando delibera, prevalecem as propostas da maioria, os projetos coletivos e não pessoais.
Nós somos o único partido que tem cota para mulheres na direção há quase 15 anos, criamos a Secretaria de Mulheres e reconhecemos as especificidades da condição feminina. Não é à toa que o nosso comprometimento com esse segmento majoritário da sociedade nos leva a propor ao País a eleição da primeira Presidenta da República".
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