O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) solicitou no dia 24, quinta-feira, ao procurador-geral do Ministério Público Estadual da Bahia, através de Marcos Antônio Guimarães Mendes, presidente estadual da legenda, que seja designado promotor de Justiça para acompanhar o assassinato dos professores Álvaro Santos e Elisney Pereira Santos, ambos integrantes do sindicato dos professores em Porto Seguro. O crime ocorreu no dia 17 de setembro.

 "Acreditamos que um promotor destacado para acompanhar este crime possa agilizar a apuração, requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, bem como acompanhá-los, com vistas à produção de provas, apuração dos motivos e posterior julgamento e punição dos culpados e eventuais mandantes", afirmou Marcos Mendes.
 
  O presidente estadual do PSOL acredita que o crime possui fortes indícios de crime político. O professor Álvaro Santos assumiu a direção regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-Sindicato).
 
  Hilton Coelho, membro da direção estadual do PSOL, acrescenta que "de acordo com as notícias amplamente divulgadas, os dois professores foram vítimas de emboscada. Ambos se encontravam em uma reunião com os pais dos alunos para explicar os motivos da paralisação da categoria. Álvaro Santos recebeu a notícia que seu filho quando o professor Álvaro recebeu uma ligação informando que seu filho estaria passando mal. Solicitou ao professor Elisney Pereira que o auxiliasse no atendimento a seu filho, pois estava sem carro. Quando chegaram à casa, foram surpreendidos por quatro homens armados que atiraram, principalmente na cabeça das vítimas, demonstrando fortes indícios de execução sumária".

  Marcos Mendes argumenta que a forma do crime demonstra clara execução sumária. "A estratégia de invadir a casa, fazer familiares reféns, atirar na cabeça das vítimas, com clara intenção de execução, e fugir sem que nenhum objeto fosse subtraído, demonstraram ser ato de grupo de extermínio".

O PSOL espera a nomeação de um promotor de Justiça para que todos os possíveis culpados sejam identificados, julgados e presos. "A comoção local, repercussão que o crime vem obtendo, a consternação de toda a sociedade baiana, justificam nossa reivindicação e tenho certeza que o Ministério Público mais uma vez agirá com rapidez no combate à impunidade", finalizou Hilton Coelho.