Um "cochilo" dos oposicionistas foi o responsável pelo clima quente no plenário da Câmara Municipal. Quando o presidente da Câmara, Alan Sanches (PMDB), abriu a discussão do veto do prefeito para os vereadores, nenhum parlamentar se posicionou e, segundos depois, a discussão foi dada por encerrada.
A comunista ainda pediu que o presidente voltasse atrás, mas não teve sucesso. "Perdemos a possibilidade de discutir esse projeto. É claro que sabíamos que o veto do prefeito seria mantido, mas não podemos abrir mão desta prerrogativa. Foi um consenso manter a Secretaria dos Esportes e o prefeito vetou. Uma coordenaçãozinha na Secretaria da Educação não vai bastar para uma cidade que deseja ser sede de Copa", declarou Aladilce.
REGIMENTO
O presidente, mesmo com o apelo da oposição, não voltou atrás, encaminhou o veto para ser votado e respondeu a vereadora Aladilce Souza. "Conforme o regimento, abri a discussão e como ninguém se apresentou para discutir, fechei logo em seguida. Se vocês tivessem alguma dúvida sobre a minha postura não deveriam ter me escolhido presidente", afirmou Sanches.
Inconformados com a perda do direito de discussão, os oposicionistas, em atitude de protesto, deixaram o plenário no meio da votação e, segundo o presidente da Câmara, de acordo com a Lei Orgânica, perderão todos 1/30 dos seus respectivos salários (cerca de R$ 320).
Téo Senna (PTC) considerou a atitude dos vereadores da oposição "um verdadeiro jogo de cena". Para ele, é inadmissível que grande parte dos parlamentares que estiveram no governo por quase quatro anos, "não fazendo para a área dos esportes, agora esteja fazendo esse discurso inflamado", opinou Senna.
Já o vereador Paulo Câmara (PSDB), considera que ter uma secretaria de esportes não é garantia de um bom trabalho nesta área. "São necessárias políticas públicas para favorecer o esporte. A Secretaria de Esporte esteve aí, até com profissionais com boas intenções, mas pouco poderiam fazer para efetivamente melhorar a situação", falou o tucano. (Marivaldo Filho, repórter)